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15 julho, 2012

Livro de Gertrud Von Le Fort



A grande romancista de O Véu de Verônica  prêmio Nobel de literatura — dá-nos, neste pequeno volume, uma autêntica obra-prima. Não cremos possa haver, no gênero, livro do igual densidade e com tamanho poder de sedução. Em certo passo, a autora cita a Ruth Schauman na "Carta de Quélion a Cleto": “As verdadeiras mulheres são silenciosas e desejam o silêncio, Mostrem-me uma mulher que escreva a propósito do que lhe diz respeito. Cala o que lhe diz respeito, porque o silêncio é aqui nome da vida, ao passo que a palavra discursiva é o nome da morte. O que é secreto é fecundo; o que é divulgado é raso.” Teria Gertrud Von Le Fort rompido o silêncio? Não; não é de si que ela fala. Nem foi usando a lógica e seus conceitos abstratos - que desvirtuam o pensamento vivo - que a grande escritora compôs esta grande obra. Preferiu a linguagem dos símbolos.
A "Mulher Eterna" está no antípoda do superficial "eterno feminino", responsável por tantas expansões medíocres nas letras e nas artes. Ocupando-se da "mulher eterna", Gertrud Von Le Fort realiza, como diz ela própria, um rápido circuito em redor do "dogma de Maria". E não o faz mediante interpretações arbitrárias ou pessoais. Antes, interroga a arte. Por exemplo: a Fra Angelico, a Verlaine, ao Apocalipse, à ladainha de Loreto. Também às figuras femininas mitológicas, sem entretanto deixar de acentuar que o dogma católico enunciou as proposições mais fortes que jamais foram expressadas a respeito da mulher. A Igreja, insiste a autora, não se contenta, no sacramento do matrimônio, de igualar a si mesma todos as mulheres: ela proclamou ainda uma mulher Rainha do Céu! E é preciso aprofundar ainda mais o mundo dos símbolos, pois o tema da feminilidade ressoa através da criação inteira. "Igual às harmonias dum prelúdio em tom menor, vibra em surdina por cima da gleba fecunda. Vibra por cima das comoventes fêmeas das feras quase subtraídas, por causa da maternidade, do mundo do deserto e da selva."
Dois motivos essenciais da feminilidade, ou do mistério feminino, percorrem todo o livro: o motivo da cooperação e o motivo do véu. Maria é a Co-Redentora. A auréola da glória do Espírito Santo, do Amor incriado, é uma coroa, porém é o derradeiro véu, o véu eterno posto sobre a cabeça da Virgo Mater! A mulher age, em todas as circunstâncias, à maneira da nubente, sob o véu. Ainda, ou talvez, sobretudo, quando encarregada de missões excepcionais. Catarina de Siena, lembra a autora, recebera o encargo de levar o Papa de Avinhão para Roma: está ausente, velada, quando o Pontífice transpõe a entrada da Cidade Eterna. Joana d'Arc recebeu o estandarte das batalhas e conduziu o seu povo à libertação. Seu véu foram as labaredas da fogueira.
A Mulher no Tempo”: é o tema que se segue. Misteriosa a função da mulher no tempo. De certo, cabe-lhe representar a metade da existência e do destino humano.  Todavia, bem se sabe que não é a mulher, e sim o homem e suas obras que modelam a face da História. Ainda uma vez o motivo da cooperação se oculta sob o véu. E essa metade do homem e de seu destino é em símbolos que se vai realizar. O símbolo, por excelência, e aqui a esposa. "Deus colocou, irrevocavelmente, a feminilidade como uma das metades do ser." Por isso, se a vida feminina se apresenta através de três tipos imutáveis, a virgem, a esposa, a mãe, tais tipos não se excluem uns aos outros. Apenas a esposa, que não é só a companheira da vida do homem mas também a companheira de seu espírito, se situa entre a virgem e a mãe, como entre a pessoa e a raça, "e transpõe já a linha que as repara. A virgem salva-guarda para o homem a pessoa, o valor supremo e solitário da cultura, a esposa assegura ao homem a colaboração duma metade do mundo. No domínio da natureza, ela libera o homem do sua solitude, no domínio do espírito, ela o libera dos limites que lhe impõe a pessoa. É a presença do mistério feminino que torna inteligível a parte de anonimato incluída em toda grande obra."
E a “Mulher Fora do Tempo” realiza-se na maternidade. É a última parte do livro, talvez a mais bela de todas, por certo irresumível. Ser mãe não pode ser nunca a missão particular das mulheres duma época; é pura e simplesmente a missão da mulher. Virgem, mantém-se isolada em face do tempo; esposa, divide o tempo com o homem que se mantém no tempo; mãe, ela traspassa o tempo. "A mãe é a imagem do infinito terrestre. Os milênios passam por sobre suas alegrias e suas dores som deixar traços: a mãe é sempre a mesma, a mãe é a plenitude imensa, o silêncio, a imutabilidade da vida na concepção, na gestação e no parto."
Assim é o livro de Gertrud Von Le Fort, de uma beleza literária, de uma profundidade de pensamento, de uma riqueza de sugestões que fazem honra a nosso tempo.
Texto retirado das orelhas do livro

17 comentários:

Letícia Silva disse...

Não consigo baixar esse livro! :(

CrisTan disse...

Salve Maria, Letícia!

Tente agora, fiz uns testes aqui e parece q agora está tudo bem,

saudações!

Carla Farinazzi disse...

Olá, amigos, não consegui baixar esse livro "A Mulher Eterna", aparece uma mensagem assim: "O link para o arquivo que você solicitou não é válido." Obrigada!

CrisTan disse...

Salve Maria, Carla!
Conforme nota acima:
"Alguns links dos arquivos disponibilizados através do 4SHARED estão temporariamente desativados. Por favor, aguarde, aos poucos eles estão sendo reativados e, enquanto esperam, não esqueçam de rezar por este apostolado.
Deus lhes pague!

Saudações!

glauco disse...

Não tem como passar o arquivo para o Mega, 4Shared não da baixar...

CrisTan disse...

Salve Maria, Glauco!

Conforme nota acima:

"Alguns links dos arquivos disponibilizados através do 4SHARED estão temporariamente desativados. Por favor, aguarde, aos poucos eles estão sendo reativados e, enquanto esperam, não esqueçam de rezar por este apostolado.
Deus lhes pague!
Saudações!

CrisTan disse...

Link Retificado!

CrisTan disse...

Link Retificado!

Géssika Santos disse...

Prezada, está da foto é Santa Virgínia Ceturione Bracceli. O livro fala da vida dela?

Géssika Santos disse...

Salve Maria! Prezada, a foto corresponde a Santa Virgínia Ceturione Bracceli. O livro conta a história dela?

Alexandria Católica disse...

Salve Maria Géssika!
Bom Dia!

Antes de mais nada esclareço que a maioria das imagens das postagens deste blog é meramente ilustrativa. A desta postagem também e, consequentemente, não é sobre Santa Virgínia.

Unidas em orações,

Saudações!

Loreta disse...

Olá ! Poderia me enviar o link do livro ?! Agradeço desde já ! Loreta.bez@hotmail.com

Alexandria Católica disse...

Salve Maria, Lorena!

O link do livro é o título dele, em azul, aqui no post.
É só vc clicar e depois baixar!! ;)

Boa leitura,

Saudações!

Raquel C Bueno B disse...

Não estou conseguindo baixar este livro, ele começa o download mas trava no meio.... já tentei várias vezes....poderia por favor, verificar se há algum problema?

Alexandria Católica disse...

Salve Maria, Raquel!

Verifiquei e não há problemas com este link, talvez, o problema seja devido ao seu tamanho, não sei, mas aqui funcionou normalmente, aliás este tem sido um arquivo bastante procurado, não sei pq?!...

Espero que consiga fazer o download,

Saudações!

Unknown disse...

O Italo Marsili mencionou o nome desse livro no Pancadão, talvez seja por isso que o número de acesso cresceu :)

Alexandria Católica disse...

Ah!!
Desconhecia ambos.
=)

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