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16 setembro, 2013

Leitura para conhecer e praticar a vida interior

Compêndio de Opúsculos Inéditos
Pe. Grou, S.J.
Edição de 1932 - 428 págs




Pensamos que a leitura atenta dos pequenos tratados contidos neste volume, feita com verdadeiro desejo de conhecer e praticar a vida interior, há de convencer o leitor de que esse é o único caminho conducente à santidade, o único meio de unir-se intimamente com Jesus Cristo e evitar a terrível sentença do Apóstolo São Paulo contra os cristãos cobardes que só se prendem, por assim dizer, à casca do cristianismo:
Quem não tem o espírito de Jesus Cristo não pertence a Jesus Cristo (Rm 8,2).


ÍNDICE
Notícia sobre o Padre Grou
Prefácio
Da verdadeira e sólida devoção
Ideia da verdadeira virtude
Dos meios de alcançar a verdadeira e sólida virtude
Sobre a vida nova em Jesus Cristo
Da violência que se deve fazer contra si mesmo
Sob o peso da cruz
Da liberdade dos filhos de Deus
Da força que cada qual tem em si mesmo e da que tem em Deus
Como procede Deus para com a alma
Do temor de Deus
Sobre a santidade
Comércio: imagem da vida espiritual
Tudo de Deus, nada da criatura
O que Deus nos pede e o que devemos pedir a Deus
Do emprego do tempo
Cegueira do homem
Fraqueza e corrupção do coração humano
Sobre as três palavras ditas a Santo Arsênio: foge, cala, repousa
Da fidelidade nas pequenas coisas
Do proveito que devemos tirar das nossas faltas
Do diretor
Do espírito de fé
Do amor do próximo
Do mundo
Dignidade do homem
Do coração humano
Das tentações
Como proceder a respeito das tentações
Do eu humano
Do aniquilamento
A generosidade
Da obediência
Sobre a humildade
Da providência de Deus para com seus filhos
O valor de uma alma
Da pureza de intenção
Martha e Maria
Sobre as palavras do Salmo LXXXII
Sobre o pensamento da morte
Sobre o pensamento da eternidade
Só Deus
Da oração contínua
Da confiança em Deus
Do amor de Deus
Do repouso em Deus
Da vida da alma
Da paz da alma
Verdades fundamentais da vida interior
Da luz divina
Da infância espiritual
Do ciúme de Deus
Do amor puro
O interior de Maria
O presépio
Sobre Jesus Cristo
O interior de Jesus Cristo
Sobre os efeitos da Santa Comunhão
Relação entre a Eucaristia e a cruz
Do crucifixo
Sobre as reflexões na oração
Da simplicidade
Das palavras do Salmo VIII
Do abandono
Modo curto e fácil de fazer oração com fé e da
simples presença de Deus

~ * ~ * ~
Excertos do livro
Do Crucifixo
Para São Paulo à ciência do crucifixo reduzia-se toda a religião. Geralmente o Crucifixo é o compêndio de tudo quanto o cristão deve crer e praticar. O Crucifixo faz-nos conhecer toda a malícia do pecado, o excesso da nossa miséria e o excesso ainda maior da misericórdia divina.
O Crucifixo é a maior prova que Deus, embora sendo Deus, podia dar-nos do Seu amor e o meio eficaz que podia empregar para ganhar o nosso coração. Todas as virtudes acham-se contidas no Crucifixo: ele é a consumação dos caminhos interiores.
Direi uma palavra sobre cada um destes conceitos. A graça dirá muito mais às almas dedicadas ou desejosas de se voltarem ao amor.
O Crucifixo é o compêndio de tudo quanto o cristãos deve crer. A pessoa Daquele que sofre, Filho único de Deus e concebido no seio de Maria por obra do Espírito Santo, nos propõe os dois grandes mistérios da Santíssima Trindade e da Encarnação. O objeto dos Seus sofrimentos nos instrui sobre o mistérios da Redenção e do pecado original.
O mistério da predestinação, o da graça, a vontade de Deus de salvar todos os homens encerram-se também na Cruz. Esta é a fonte de todos os Sacramentos, como me seria fácil mostrar minuciosamente; e todo o culto com que a Igreja honra a Deus reporta-se ao sacrifício da Cruz.
O Crucifixo é o compêndio de tudo quanto o cristão deve praticar. Toda a moral evangélica reduz-se a carregar cada um a sua cruz, renunciar a si mesmo, crucificar a carne e a cobiça, imolar-se á vontade de Deus. Jesus Cristo não prescreveu lei alguma nem deu conselho cujo cumprimento e perfeito modelo não se encontrem na Cruz. Ela é a mais viva e notável expressão de toda a doutrina evangélica.
O Crucifixo nos faz conhecer toda a malícia do pecado. Na verdade, não pode haver maior mal do que aquele que causou a morte de um Deus-Homem!
Antes de Jesus Cristo podia-se fazer alguma ideia da ofensa a Deus, porém, essa idéia era bem fraca e imperfeita. O suplício eterno do inferno, embora exceda a toda inteligência criada, não corresponde á malícia do pecado, porque pode castigar este, mas não basta para expiá-lo. Nada menos do que uma pessoa divina era necessária para reparar dignamente, por seus sofrimentos e humilhações, a injuria feita a Deus pelo pecado. Ao pé da Cruz é que aprendemos a julgar do pecado e a conhecer todo o horror que merece.
O Crucifixo ainda nos faz conhecer o excesso da nossa miséria, excesso tal, que não nos é possível remediá-lo por nossas próprias forças. Todo o gênero humano estava perdido irremediavelmente, perdido para a eternidade, para sempre privado da posse do soberano bem, se Jesus Cristo, sofrendo e morrendo na Cruz, não o houvesse resgatado, reconciliado com Deus, e restabelecido nos Seus direitos. Para isso bastava o pecado original, mas a esse pecado quantos pecados atuais mais graves não acrescentamos nós! Em que abismo de miséria não nos lançamos voluntariamente?
O Crucifixo faz-nos conhecer o abismo ainda maior da misericórdia divina. Um abismo atraiu outro abismo; o abismo dos nossos males foi absorvido e mergulhado no abismo infinito da misericórdia.
Oh! Quanta razão tinha David em dizer que as misericórdias de Deus estão acima de todas as suas obras! Tudo quanto Deus fez na ordem da natureza nada é em comparação do que fez na ordem da graça. A bondade do Todo-Poderoso excedeu a si mesma, resgatando-nos. Nunca, nem mesmo no Céu, o nosso entendimento há de atingir a grandeza incompreensível desse benefício que a fé nos mostra no Crucifixo.
Deus, embora seja Deus, não nos poderia dar maior prova do Seu amor.
Qualquer prova por Ele dada devia ser consentânea aos direitos da sua justiça, aos quais não podia renunciar. Era mister fosse essa justiça aplacada. Mas por quem? Quem a poderia satisfazer, vingar e ao mesmo tempo poupar os culpados?
Oh! Invenção admirável do amor divino! Deus transfere para o Seu próprio Filho todas as nossas iniquidades; n'Ele as castiga, vinga-se n'Ele e esse Filho adorável consente de todo o coração em ser por nossa causa a vítima da cólera divina! Que amor ao Pai! que amor no Filho! Quem pode pensar em tal arrebatamento de admiração e profunda gratidão?
Se Deus nos tivesse facultado propor-lhe algum remédio para os nossos males, teríamos imaginado e escolhido por Ele? Se acaso este nos acudisse á mente, teríamos ousado propô-Lo? Semelhante meio de salvação só poderia ser concebido no coração de um Deus que nos ama infinitamente.
Se o nosso coração pode resistir a tanto amor, que dureza, que malícia, que ingratidão!
Deus imola o Seu próprio Filho, para retirar-nos do inferno e abrir-nos o paraíso; descarrega sobre Ele a Sua cólera e nos perdoa; nesse Filho nos adota por Seus filhos; confere-nos direito á Sua herança e nos prodigaliza todos os socorros sobrenaturais para a conseguirmos. E que nos pede Ele? Que O amemos, sirvamos e Lhe obedeçamos.
E nós não O amamos!
E consideramos o Seu serviço como jugo insuportável!
E violamos os Seus mandamentos!
Todos os crimes, todos os escândalos reinam hoje no cristianismo, com tanta e maior licença que entre os pagãos! A irreligião chegou a tal ponto que Jesus Cristo e a Sua Cruz tornam-se objeto de desprezo, zombaria e horror. A incompreensibilidade desse mistério de amor é exatamente a razão pela qual é rejeitado.
Poder-se-á conceber tal excesso de impiedade? Compreender-se-á até que ponto o amor desprezado, insultado e ultrajado deve estar irritado contra tantos cristãos apóstatas, secretos ou declarados!
Ah! Que motivo para as almas boas amarem a Deus de todo o coração e O desagravarem, com sua dedicação, de tantos ultrajes! De que virtudes o Crucifixo não nos oferece modelo?
Amor de Deus, confiança em Deus, abandono às suas vontades mais rigorosas, paciência inalterável, caridade para com o próximo, perdão das injúrias, amor dos inimigos, humildade, pobreza, abnegação inteira de Si mesmo; virtudes levadas ao cúmulo da perfeição, exercidas nas circunstâncias mais difíceis, praticadas com generosidade e coragem dignas de um Homem-Deus.
Depois disto, queixa-nos de que a virtude nos custa; disputamos a Deus bagatelas, censuramo-Lo por nos exigir demais. Um olhar para o Crucifixo fará nos envergonharmos das nossas queixas e da nossa covardia.
Temos sofrido e sofreremos em prol da nossa salvação algo que se aproxime, sequer de longe, dos sofrimentos e humilhações de Jesus Cristo? Ele era Deus - dirá alguém - e eu sou apenas uma fraca criatura. Ele era Deus, é verdade, por isso sofreu tudo quanto poderia sofrer a natureza humana unida á divina.
Se a união hipostática comunicava á Humanidade santa uma força infinita, proporcionados a esta foram os sofrimentos e, sem a poupar, a justiça de Deus carregou-a com todo o peso que ela podia suportar. É princípio de fé que Deus jamais permite sermos provados além das nossas forças.
Por mais fracos que sejamos, poderemos sempre suportar as provas que Ele nos envia, pois a medida do socorro iguala e mesmo excede sempre a dos males. Sem razão alegamos a nossa fraqueza e pensamos que para nós não sirva o exemplo do Salvador.
Finalmente, o Crucifixo é a consumação dos caminhos interiores. Mostra-nos Jesus Cristo sacerdote e vítima. Jesus imolando-Se Ele próprio á glória do Pai, imolando-Se voluntariamente e dedicando-Se á Sua justiça.
Poucas almas amadas por Deus são chamadas a esse estado de vítima e de semelhança expressa com Jesus crucificado. Mas as que têm motivo para se julgarem destinadas a essa honra devem compartilhar os sofrimentos e humilhações do Salvador; devem plantar no coração a Sua Cruz, ou antes, devem deixar que Ele mesmo a plante e enterre. Jesus submisso e obediente até á morte, deve ser o seu modelo, a sua consolação e força.
Se às vezes as suas penas lhes parecem excessivas, se lhes faltar coragem; se forem tentadas acusar Deus de injusto rigor, detenham os olhares no Crucifixo. Jesus na Cruz responderá a tudo e sairão de perto d'Ele com o desejo de sofrerem ainda mais.
Seja o Crucifixo o nosso grande livro, seja o livro não somente dos nossos olhos, mas do nosso coração.
Peçamos a Jesus que nos ensine a ler nesse livro e que nos descubra todos os Seus segredos, não para que apenas na oração os contemplemos, senão para os praticarmos durante toda a nossa vida. Entremos no caminho interior por uma dedicação absoluta, sem reserva, á vontade de Deus; entreguemo-nos inteiramente ao Seu espírito e á Sua graça. Façamos de todo o coração, no momento dado, todos os sacrifícios por Ele exigidos de nós; peçamos-Lhe que tome e arranque á força o que não teríamos coragem de dar-Lhe.
Em uma palavra, deixemo-nos reduzir ao estado de Jesus Cristo expirando na Cruz, nas dores, nos opróbrios, no aparente abandono do Pai, reunindo na Sua alma e no Seu corpo todos os males de uma vítima da justiça divina e do furor das paixões humanas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Encontrei este livro para comprar, não na edição exposta neste site de 1932, mas de 1940. Achas que haveria muita diferença de edições?

Alexandria Católica disse...

Bom Dia!

Não saberia lhe dar com propriedade esta informação, pois desconheço a edição de 1940, mas aconselho-te a pedir algumas fotos do conteúdo para comparar com a de 1932.

Desculpe não poder ajudar,

Saudações!

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Em breve lhe darei um retorno, porém se seu comentário for ofensivo infelizmente terá que ser ignorado, pois aqui não é local para ataques aos ensinamentos seculares da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Aqui o leitor pode estudar para conhecer a beleza e sabedoria do Catolicismo. Salve Maria!

O SANTO DE AUSCHWITZ

Assim dizia São Maximiliano Kolbe:

"De muito boa vontade oferecemos leituras gratuitas a todos aqueles que não possam oferecer nada para esta obra, mesmo privando-se um pouco."

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