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08 junho, 2014

Meditações Cotidianas - Espiritualidade Teresiana Agora com o Arquivo Completo


Intimidade Divina
P. Gabriel de Sta. M. Madalena, O.C.D.
Livro de 1967 - 1583 págs

Obra de espiritualidade destinada a ficar na história
pela sua riqueza espiritual e teológica

ATENÇÃO
O presente arquivo foi retirado do blog a pedido da editora que adquiriu os direitos autorais da obra e proibiu a continuidade da divulgação do mesmo.



INTRODUÇÃO
[...] O P. Gabriel conhecia profundamente as exigências espirituais do nosso tempo e compreendia também a missão característica do Carmelo na Igreja, que é a de conduzir as almas a uma vida de íntima união com Deus mediante a prática da oração mental.
Daí lhe veio a ideia de uma Obra que, inspirando-se nos grandes mestres do Carmelo, expusesse toda a doutrina da vida espiritual em forma de meditações simples, mas substanciais, iniciando as almas na oração mental.
A Intimità Divina pretende, por conseguinte, ordenar as meditações cotidianas «de tal maneira que, no curso de um ano, passem pelos olhos da alma os problemas mais fundamentais da vida espiritual e todas as realidades sobrenaturais da vida espiritual com que a vida interior nos põe em contato». (Prefácio). [...]
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PREFÁCIO
A oração mental é um meio indispensável à vida interior e, normalmente, é a sua respiração espontânea. Ordinariamente, porém, tal não se verifica, se a alma não se esforçar por se aplicar a ela durante certo tempo: por outras palavras, é preciso aprender a fazer oração.
Para ensinar às almas este piedoso exercício, foram surgindo os métodos de meditação. Existem vários — e todos eles têm o seu valor — entre eles o método teresiano, assim chamado por ter a sua origem nos ensinamentos de Santa Teresa de Jesus, fundadora das Carmelitas Descalças e grande mestra de vida espiritual.
Há dez anos expusemos este método num opúsculo intitulado Pequeno catecismo da vida de oração1 que foi traduzido nas principais línguas europeias e também em algumas asiáticas. É apenas uma exposição do método teresiano, extraído das obras dos numerosos escritores carmelitas que trataram desta matéria. A sua vasta difusão mostrou que tal método corresponde às necessidades e aos desejos de muitos.
Por isso, julgamos oportuno dar um passo em frente, oferecendo às almas de vida interior uma coleção de temas de meditação para todos os dias do ano, baseada no conceito teresiano da oração mental e no seu método correspondente.
A noção que nos deixou Santa Teresa da oração mental é bem conhecida. Na sua autobiografia escreveu que «é um trato amigável no qual a alma fala muitas vezes intimamente com Aquele de quem se sabe amada» (8,5). Santa Teresa salienta especialmente a índole, a tonalidade afetiva da oração mental: é um «trato amigável», ou seja, uma troca de «mútua benevolência» entre a alma e Deus, em que se «fala intimamente» com Deus — sabe-se que a intimidade é fruto do amor — e fala-se com Aquele cujo amor se conhece. Cada um dos elementos desta definição contém a ideia do amor; mas no fim, a Santa lembra que a alma deve também «conhecer», dar-se conta da existência do amor de Deus para com ela. É este precisamente, segundo Santa Teresa, o papel do entendimento na oração.
Por isso, ainda segundo Santa Teresa, na oração mental há de existir o exercício da inteligência e o da vontade: a inteligência procura compreender que Deus ama a Sua criatura e deseja ser amado por ela; a vontade, respondendo ao convite divino, ama. Isto é tudo. Não pode ser mais claro o conceito da oração. Mas como pô-lo em prática? Eis o papel do método.
Para compreender bem a estrutura do método teresiano é necessário ter presente a definição da oração acima exposta. Vê-se então que, mediante esse método, esta se realiza plenamente. Em suma, trata-se duma conversa afetuosa com o Senhor depois de termos visto o muito que Ele nos ama.
Para falar intimamente com Deus é preciso o contato com Ele e, para isso, servirá a «preparação», que consiste em pôr-se mais formalmente na presença de Deus orientando-se para Ele por meio de um bom pensamento.
A fim de se convencer do amor que Deus lhe tem, a alma escolhe como tema de reflexão uma verdade de fé, apta a manifestar esse amor; por isso recorre à leitura de um texto apropriado.
Todavia não basta ler; é necessário aprofundar, e isto faz-se por meio da reflexão, ou seja, da meditação.
Todas as verdades reveladas podem manifestar o amor de Deus para comigo, o que se procura compreender, refletindo sobre o tema escolhido na leitura.
Servimo-nos dos bons pensamentos colhidos no «ponto» da meditação para nos persuadirmos desse amor, de tal modo que nasçam espontaneamente no coração e venham talvez aos lábios, palavras de afeto.
Deste modo principiamos o colóquio com Deus, afirmando-Lhe de mil maneiras (empregando as que nos vêm mais espontaneamente) que O amamos, que O queremos amar, que queremos progredir no Seu santo amor, que queremos provar-Lhe o amor por obras, fazendo a Sua santa vontade.
Ei-nos assim chegados ao centro, ao âmago da oração.
Para muitas almas isto basta. Mas há quem goste de maior variedade e esta, que para alguns facilita muito o prolongamento do colóquio com Deus, é lhe oferecida mediante as três restantes partes do método que são facultativas.
A ação de graças, na qual, depois de ter repetido ao Senhor que O amamos, Lhe manifestamos o nosso reconhecimento pelos benefícios Dele recebidos e Lhe damos graças por eles.
O oferecimento, com o qual, conscientes do muito que recebemos procuramos agradecer ao Senhor, da melhor maneira possível, apresentando-Lhe algum bom propósito, o que aliás é muito útil sempre que terminamos a oração.
A petição, pela qual, convencidos da nossa pequenez e fragilidade imploramos o auxílio de Deus.
Eis aqui todo o método teresiano composto de sete partes:
Duas introdutivas: a preparação (presença de Deus) e a leitura.
Duas substanciais: a meditação e o colóquio.
Três facultativas, para prolongar mais facilmente o colóquio: a ação de graças, o oferecimento e a súplica.

[...]

A espiritualidade teresiana é a espiritualidade da intimidade divina, porque procura alimentar nas almas o ideal de intimidade com Deus e encaminhá-las para a sua realização. Tal finalidade atinge-se principalmente por meio da oração mental, a qual, por isso, se deve acomodar a esta grande e sublime aspiração.
E este é precisamente o «tom» que procurámos dar às nossas meditações, as quais se publicam sob o título de "Intimità divina" para indicar que o seu objetivo é ajudar as almas, na medida do possível, a conseguir este grandioso fim.
A espiritualidade teresiana é também doutrinal. Teresa de Jesus, a grande «mestra de vida espiritual», desejou e procurou sempre que a vida ascética e mística das almas que lhe eram confiadas tivesse como base uma doutrina sólida; por isso a Santa amava tanto a teologia. Eis a razão que nos moveu a elaborar estas meditações sobre uma base teológica. Procuramos ordená-las de maneira que, no curso do ano, fossem passando sob os nossos olhos os problemas fundamentais da vida espiritual, todas as realidades sobrenaturais com que a vida interior nos põe em contato.
Iniciando a nossa série de meditações com o princípio do ano litúrgico, distribuímos a matéria do seguinte modo:
Dezembro — O ideal: a santidade, a intimidade com Deus, o apostolado.
Janeiro — Jesus: a Sua Palavra, a Sua Obra, as nossas relações com Ele. A Igreja. Os Sacramentos.
Fevereiro e Março — A purificação interior e o exercício da abnegação. A Paixão de Jesus.
Abril — A vida de oração.
Maio — A Virgem. O Espírito Santo.
Junho — Jesus Eucaristia. O Sagrado Coração de Jesus. A Santíssima Trindade.
Julho — As perfeições divinas. As virtudes teologais.
Agosto e Setembro — As virtudes morais. Os dons do Espírito Santo. As bem-aventuranças.
Outubro e Novembro — O apostolado. A união com Deus.
Queremos fazer notar um último ponto. A espiritualidade teresiana é a espiritualidade da intimidade divina, por isso o espírito que deve impregnar os exercícios destinados a consegui-la é o espírito de amor. Quisemos também ter em conta esta faceta particular do espírito carmelitano.
Nem todos os livros de meditação são apropriados para as almas sequiosas de intimidade divina, justamente por estarem demasiado impregnados do espírito de temor. Não negamos que o temor seja proveitoso para certas almas; contudo, existindo tantos livros desse gênero, pareceu-nos útil compor um manual de meditações em que, juntamente com o amor, se respire sobretudo um temor filial e reverencial, sem negarmos que o temor da pena devida pelo pecado pode ser muito salutar. Por esta mesma razão nos detivemos em argumentos positivos das virtudes e do progresso espiritual, de preferência aos negativos dos vícios e pecados.
Que o Espírito Santo, que é o Espírito de Amor se digne habitar em nossas almas para as submeter cada vez mais ao Seu influxo e governo e acenda em nós, «com uma abundantíssima efusão» de graça, o amor de caridade para podermos penetrar na intimidade divina. E Maria Santíssima, Mãe do amor formoso, cuja alma cheia de graça foi sempre movida pelo Espírito Santo, nos alcance deste divino Espírito que também nós, dóceis aos Seus chamamentos, realizemos, com a prática assídua e eficaz da oração mental, o belo ideal de íntima união com Deus.
Roma, festa do Sagrado Coração, 1952
P. Gabriel de Sta. M. Madalena, O.C.D.
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(1) P. Gabriele de S. M. Madalena: Piccolo Catechismo della vita di orazione, quarta edição. Carmelo de S. José — Roma. 1957. Traduzido para flamengo, frances, inglês, alemão, português, chinês, japonês, e coreano.


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OBS.: 
Agradeço aos leitores que contribuíram para que este arquivo pudesse ser aqui divulgado. Que Nossa Senhora lhes recompense!

6 comentários:

Barbara Lores disse...

Tive a oportunidade de ler um dia uma meditação desse livro (se bem me lembro, era sobre a Assunção) e simplesmente adorei!
Obrigada por compartilhar para o proveito espiritual de muitos!

CrisTan disse...

Este é mesmo um livro excelente!!

É nosso desejo que muitas almas possam ser beneficiadas com estas leituras e que Nossa Senhora encaminhe muitas delas para cá!

Saudações!

Ana Flávia disse...

Alexandria sendo Alexandria...!
Só tenho que agradecer e sempre rezar por vocês!
Muito obrigada!!!
Deus abençoe :)

CrisTan disse...

Amen!

Agradeço as orações, nos são pérolas preciosas!!!

Que Nossa Senhora favoreça sempre a todos nós,

Saudações!

gemaeremita@gmail.com disse...

Esse é bem melhor. A versão original. Tenho o impresso da nova ediçao e misturaram tantas citações do Concílio que nem sabemos onde começa e termina o pensamento do autor. ...

Danilo Lopes disse...

Ganhei de um bom e Santo amigo sacerdote, uma jóia rara que ainda vai transformar muitas vidas, peça que vem do Sagrado Coração de Jesus é do Imaculado Coração de Maria, passando pela alma Gabriel e Santa Maria Madalena, até chegar a nós!!! ALELUIA!! ALELUIA!!

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O SANTO DE AUSCHWITZ

Assim dizia São Maximiliano Kolbe:

"De muito boa vontade oferecemos leituras gratuitas a todos aqueles que não possam oferecer nada para esta obra, mesmo privando-se um pouco."

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