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26 agosto, 2020

Já não és noiva, mas esposa

Pe Charles Grimaud
Edição de 1929 - 279 págs

PREFÁCIO

Durante os meses que precederam o seu casamento, a noiva procurou instruir-se sobre a natureza e importância dos deveres que sobre ela recairiam logo após a união matrimonial, e preparou-se para cumprir as obrigações dessa união derivadas.

Agora, a situação é outra. Agora já não é ela noiva, mas esposa. Agora já não olha de longe para o lar, como outrora Moisés, avistando com os seus olhos alvoroçados, a Terra Prometida. Agora, ei-la introduzida no lar como rainha nos seus domínios. Teve de deslocar-se, talvez mesmo descer, das regiões do sonho para as da realidade. Presentemente o seu dever não é entregar-se a uma pura contemplação das virtudes domésticas mas pô-las em prática.

Mais do que uma rapariga, alegremente ingressada no estado conjugal, se tem sentido, a breve trecho, tomada de certa surpresa, talvez mesmo de estupefação, perante os deveres duma situação para ela praticamente desconhecida. Para algumas, esta situação de começo irá — quem sabe? — talvez até ao pavor, como aquela terna rapariga que, casada, aliás, com um excelente rapaz, se foi lançar nos braços da mãe, confidenciando-lhe, banhada em lágrimas, que se via perdida no dédalo das suas novas obrigações. Muito mais numerosas serão as que, sem chegarem a tão dolorosa impressão, nascida de um passageiro desconhecimento do seu papel, não veem, todavia, com clareza dentro da sua nova mansão. Todas essas — e serão a maioria das jovens casadas — concordariam decerto com estas palavras que escreveu uma recém-consorciada: «Casada, há apenas algumas semanas, aprecio agora mais do que nunca assuntos de educação... mas, se pensamos nos filhos e nos deveres que os pais têm a cumprir para com eles, não será preciso também pensar nos deveres das mulheres para com os seus maridos?... Há, na verdade, motivo para se perguntar se estará à altura da sua missão uma rapariga que, logo após o seu casamento, se encontra numa situação totalmente diferente daquela em que se encontrava na véspera... ».

Foi para corresponder ao desejo de muitas jovens casadas que se escreveu este livro. Propõe-se ele satisfazer a sua legítima avidez de conselhos na matéria e proporcionar-lhes diretrizes tanto mais desejadas quanto é certo que, na hora grave da entrada no lar, não têm geralmente ninguém que lhas dê.

O simples título deste trabalho indica o fim que tem em vista: «A mulher, encanto do lar». Se o marido é o chefe, o defensor, a providência da casa, a mulher deve ser o encanto que torna o ninho delicioso, o ímã que para ali atrai, o laço que ali prende os corações. Ela deve, pois, dispor de um poder de coesão tanto mais irresistível quanto atua no interior, tal como aquele vigor que concentra as energias do grão para dele fazer nascer uma planta e uma flor. Tudo o que vive no lar deverá inclinar-se com respeito diante deste poder de sedução: o marido, por uma verdadeira admiração para com aquela que lhe embeleza a vida; os filhos, honrando profundamente a mãe com a efusão dos seus carinhos e ternuras; os servos, subjugados pela sua doçura e bondade... «A mulher, encanto do lar», que belo programa!

É este o ideal que estas páginas vão fazer contemplar. Determinarão elas, em primeiro lugar, os «Motivos de simpatia». Há tantos segredos que tornam a jovem casada atraente, sedutora, ao seu marido! É preciso que ela conheça esses segredos para aplicar-se a procurá-los e a pô-los em ação.

Mas será preciso, também, mencionar as «Causas de aversão» que são, infelizmente, muito numerosas e demasiado poderosas porque encontram ardorosas cúmplices nas tendências da natureza decaída, a ponto de facilmente produzirem lamentáveis estragos em alguns lares. Apontando-as, mostraremos o seu odioso e incutiremos o seu horror.

Finalmente, para exercitar-se no cultivo das «virtudes atraentes» e na extirpação dos «defeitos geradores de antipatia», a jovem casada deverá ir procurar a coragem e o amor do sacrifício na sua verdadeira fonte que é a religião bem compreendida. Em tal estudo, a jovem casada aprenderá o verdadeiro segredo da «Conquista da realeza no lar» que muitas outras em vão procuraram.

Estarão as leitoras deste volume dispostas a semelhante empresa? Esta é, por certo, de molde a tentar as que, um dia, se deixaram seduzir pelo desejo de possuir o seu quinhão de realeza no lar, para um maior amor de Deus, para a felicidade dos maridos e para o bem dos seus filhos.

ÍNDICE

PREFÁCIO

PRIMEIRA PARTE

MOTIVOS DE SIMPATIA

CAPÍTULO I — O estado das almas logo após o casamento. O desejo da felicidade — Admiração mútua — Confiança desmedida — A inexperiência — Falta de adaptação — Desigualdade de hábitos — Divergências sobre princípios — Descoberta de defeitos — Trabalho de ajustamento dos gênios — O trabalho de fusão das ideias — Rumo à paz

CAPÍTULO II — Os talentos naturais da mulher. Encantos exteriores. — Uso dos encantos exteriores — Talentos do interior: a inteligência — Conhecimento do marido — Interesse pelo marido — Conselheira do marido — Exercitar-se em julgar. — A vontade — Educação da vontade — Forjar a vontade na energia — A perseverança do querer — O otimismo, sustentáculo do esforço

CAPÍTULO III — Os talentos adquiridos da casada. O que são talentos adquiridos — A arte culinária — Importância duma boa cozinha — A arte da dona de casa — As indústrias caseiras — A puericultura — Os talentos artísticos — Crítica de arte — O magistério — O emprego — O negócio — A administração rural

CAPÍTULO IV — As virtudes da mulher casada. Necessidade da virtude — Razões da fidelidade conjugal —Benefícios da fidelidade conjugal — O recato, guarda da fidelidade — Inimigos da fidelidade conjugal — Honestidade do leito nupcial — A continência — A aceitação dos deveres conjugais — O desejo de ser mãe — Amor do sacrifício — Abandono à Providência — Valor educativo da família numerosa. — Aptidão dos filhos para receber a formação — A segurança das famílias numerosas — Espírito de fé — A paciência — Paciência... até a abnegação

SEGUNDA PARTE

CAUSAS DE AVERSÃO

CAPÍTULO I — O mundanismo. As suas devastações — A sedução do prazer — A sedução do triunfo — Deserção do lar — Abandono do marido — Abandono dos filhos — O filho entregue aos criados — Os pecados da língua — Os galanteios — Adeus ao mundanismo

CAPÍTULO II — O mau gênio. Defeitos de temperamento — Remédio para os defeitos de temperamento — O ciúme — Ansiedades do ciúme — Como proceder com a ciumenta — Os filhos, remédio para o ciúme — A susceptibilidade — O amuo — O ressentimento — Espírito de contradição — A mentira — A indiscrição. A rotina caseira

CAPÍTULO III — O mau governo. A avareza — Consequências da avareza — A prodigalidade — A negligência — O esforço, antídoto da negligência — O autoritarismo — Caridade, remédio para o autoritarismo

TERCEIRA PARTE

CONQUISTA DA REALEZA DO LAR

CAPÍTULO I — A piedade pessoal. Necessidade da piedade — Seus obstáculos: comunidade de vida — Deveres conjugais — Adoração pelo marido — Necessidade de um diretor de consciência — Deixar-se conduzir — O Santo Sacrifício da Missa — A Comunhão, participação no Sacrifício — A oração — O exame particular — A confissão regular e bem preparada. O Rosário

CAPÍTULO II — Influência cristã junto do marido. O marido praticante — O serviço de Deus em família — O marido indiferente — O marido hostil à religião — Influência antirreligiosa do marido — Energia cristã perante o marido — Exigir os atos «oficiais» cristãos — Ganhar o coração pela virtude — A aproximação da hora de Deus — A crise dos quarenta anos — Causas e efeitos da crise dos quarenta anos — Como sustar a crise? — Recomeçar a conquista do coração — A vitória final

CAPITULO III — O apostolado social. Lutas contra o egoísmo — Impelir o marido para a função social — Se for necessário, lançá-lo na vida pública — Formar os filhos no sentido social — Falar do sacerdócio, apostolado supremo — Organização social do Lar — Apostolado social junto dos operários e dos empregados — Junto do pobre — Seus maravilhosos resultados — O Paraíso no lar



2 comentários:

Felipe Rychadson da Silva disse...

Posso imprimir toda a obra e usar como livro de consulta pessoal? Ou seria me imputado o crime( pecado) de direitos autorias. Aproveitando o espaço do comentário, posso imprimir a Suma teológica também, separada por partes ? Salve Maria e Viva Cristo Rei.

Alexandria Católica disse...

Salve Maria, Felipe!

Todo o material do blog é para seu uso pessoal, portanto não se pode comercializá-lo.

Aconselho-te a procurar um bom padre para lhe orientar sobre este assunto para que não fique com dúvidas.

Saudações!

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Em breve lhe darei um retorno, porém se seu comentário for ofensivo infelizmente terá que ser ignorado, pois aqui não é local para ataques aos ensinamentos seculares da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Aqui o leitor pode estudar para conhecer a beleza e sabedoria do Catolicismo. Salve Maria!

O SANTO DE AUSCHWITZ

Assim dizia São Maximiliano Kolbe:

"De muito boa vontade oferecemos leituras gratuitas a todos aqueles que não possam oferecer nada para esta obra, mesmo privando-se um pouco."

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