[...] O nosso século de ação, mas também de agitação, esquece se por demais — como lamenta o autor no prefacio — de que “a verdadeira história do mundo não é aquela exposta no mercado financeiro ou nos corredores da política internacional, mas, o drama eterno desenrolado no íntimo das almas”.
[...] o modelo ideal da irradiação Divina, encontramo-lo “na Virgem silenciosa e apostólica em quem o Espírito Santo depôs o Verbo, com a missão de revelá-lo ao mundo”.
Parece que, se as almas tantas dificuldades acham em se interiorizar, em levar vida profunda na aceitação sincera e concreta de Cristo pela fé, em se expandir em esperança na caridade, é por conhecerem tão pouco ou tão mal, a Virgem Maria. Ainda é bem apropriada ao nosso tempo a queixa de S. Luiz Maria Grignon de Monfort — “Nossa Senhora não é bastante conhecida!... “Se Maria fosse tudo nas almas com um dia, então Deus e o seu Cristo seriam tudo em todos"...
A Trindade, o Cristo, a Virgem, as almas, eis os largos delineamentos do plano providencial... “O caminho de volta percorre os mesmos estágios: as almas, a Virgem, o Cristo, a Trindade!...”
Venha, portanto, Nossa Senhora, com sua vida tão sublime quão simples, retraçar o caminho do Céu... O seu perpassar pela terra deixou um sulco luminoso que vicissitude alguma conseguiu apagar. Parece até mais ao alcance o seu viver, que o do próprio Jesus. Nada de milagres em Maria, mas o mistério de uma santidade escondida nas profundezas de uma alma silenciosa sob o olhar de Deus... Sua vida é uma obra prima de simplicidade... Ela realizou no grau supremo da perfeição consumada o... trabalho para a glória do Pai... No segredo... Bemvindo, pois, seja o vosso livrinho... Vem mostrar a santidade na sua essência, sob o seu verdadeiro aspecto e na acepção exata do termo “mística” tão mal interpretado, quase sempre.
Santidade, para muitos é sinônimo de visão, êxtases, fenômenos extraordinários... Estes podem ilustrar a santidade, sem contudo constituir-lhe a essência. Ser santo, vale dizer ser cristão integral e logo autêntico... “místico”. É tão simples! ... Viver generosa e plenamente em adesão ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo... É chegar a ser santo, sem dar por isso... um pouco justamente como Aquela que se admirou diante da saudação honrosa do Anjo.
Oh! sim, quem melhor do que a “Plena de Graça?’ a própria Mãe da Graça, poderá ensinar a todos a tomar consciência da plenitude da vida que lhes traz a Habitação Divina, e a cooperar fiel e constantemente a esse influxo sobrenatural, aceitando suas consequências na vida prática. Vida esta, que exige labor, quando não... dor! “Caminha o homem penosamente sobre a terra, pelo Cristo Crucifixo, mas para ir se eternizar em Deus”...
Torna a Mãe da Misericórdia mais suave o carregar da Cruz e mais meritório, alcançando para os que a Ela recorrem, a divina caridade, princípio do mérito, Maternalmente Ela tempera a ação purificadora de Deus-Amor, que tudo faz por restaurar a humana natureza desiquilibra da pelo pecado e suas consequências. Suas mãos impregnam de uma suavidade particular, os mandatos do Senhor “que crucificaram para nos divinizar”.
Oh! feliz daquele que como a “Toda Pura” tem o olhar simples, pois tudo lhe é luminoso e anda na luz. Só os corações puros veem a Deus sob qualquer disfarce que se apresente. E a pobre humanidade não é pura.
Cega-a, a suprema impureza, aos divinos olhos: o amor-próprio mal compreendido. Nossa Senhora faz luz com seu exemplo...[...]
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