Federico Suarez
Edição de 1986 - 222 págs
"Se eu fora pessoa que tivesse autoridade para escrever, de boa vontade me alongaria a dizer muito por miúdo as mercês que este glorioso Santo me tem feito a mim e a outras pessoas. Mas, para não fazer mais do que me mandaram, em muitas coisas serei mais breve do que quisera. Em outras mais extensa do que era mister; enfim, como quem em todo o bem tem pouca discrição. Só peço, por amor de Deus, que faça a prova quem não me acreditar e verá por experiência o grande bem que é o encomendar-se a este glorioso Patriarca e ter-lhe devoção. Em especial as pessoas de oração sempre lhe haviam de ser afeiçoadas. É que não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos — no tempo em que tanto passou com o Menino Jesus — sem que se dê graças a São José pelo muito que então Os ajudou. Quem não encontrar mestre que lhe ensine oração, tome a este glorioso Santo por mestre c não errará no caminho.
Praza ao Senhor não haja eu errado em atrever-me a falar dele; porque embora publique ser-lhe devota, no seu serviço e imitação sempre tenho falhado."
SANTA TERESA DE JESUS
(Vida, c. VI)
Preâmbulo
Não é fácil escrever com fundamento sobre São José, o último patriarca, artesão de Nazaré e esposo da Virgem Maria. Qualquer historiador sabe que é impossível fazer história sem fontes, pois não se pode ultrapassar o nível da simples conjectura. E quando os dados que existem são escassos, pode-se traçar um esboço, enriquecido com a ajuda de uma ambientação adequada, mas este esboço nunca pode chegar a ser nem sequer uma breve biografia.