Cardeal Nicholas-Patrick-Stephen Wiseman
Edição 1963 - 296 págs
O autor de FABÍOLA é o prelado Nicholas-Patrick-Stephen
Wiseman, que consagrou toda a sua vida à difusão do catolicismo na Inglaterra.
Este seu famoso romance, traduzido para
dezessete idiomas diferentes, visa mesmo divulgar os princípios religiosos
romanos. Trata-se, pois, de um romance engagé,
isto é, de objetivos catequistas. Feito para disseminar a doutrina de Roma
entre os ingleses, transcendeu, no entanto, seu primitivo campo de ação, vindo
a valer, com o correr dos tempos, como instrumento de propaganda religiosa em
todo o mundo.
FABÍOLA é, assim, um romance interessado,
escrito com escopo predeterminado. Mas, nem por isso ou apesar disso, deixa de ser interessante obra de ficção. Pertence,
como romance, à estirpe de QUO VADIS?, de
Os ÚLTIMOS DIAS DE POMPÉIA, de BEN-HUR, todos
célebres como ele e como ele celebrizados pelo teatro e pelo cinema. Aliás foram inúmeras as versões cinematográficas de
FABÍOLA. Os principais estúdios dos países onde a indústria fílmica melhor se
desenvolveu transpuseram para a tela a história que o padre inglês imaginou.
Wiseman era filho de um comerciante britânico
estabelecido na Espanha. Foi em Sevilha, no ano de 1802, que nasceu esse sacerdote
por vocação e grande estudioso de línguas mortas, notadamente o hebreu e o siríaco.
Aos vinte e cinco anos Wiseman ensinava literatura oriental na Universidade de la Sapienza, confirmando aí a
reputação que granjeara de excepcional
talento e erudição no Colégio Inglês de Roma, do qual veio a ser diretor e onde
entrara, adolescente ainda, como estudante. Foi Pio IX que o fêz cardeal.
Wiseman escreveu dramas religiosos, discursos,
ensaios e sermões, além de FABÍOLA, sua obra-prima e que lhe deu projeção universal.
Foi ele o fundador da famosa publicação católica "Dublin Review”. Até sua
morte, ocorrida em 1865, dedicou-se aos seus ideais de sacerdote católico.
FABÍOLA foi publicada em 1854. Já completou,
pois, seu centenário "o livro mais popular do seu século”. Apesar de
passado tanto tempo de sua primeira edição, o livro mantém, ainda hoje, o
objetivo do autor, que era transmitir ao público a ideia, o espírito e os
sentimentos das primeiras eras do cristianismo.
Se bem não se trate de romance
histórico, e o próprio Wiseman chamava atenção para isso, o livro reproduz
fielmente a época de Diocleciano e, especialmente, o período em que os cristãos
padecem a violenta perseguição do édito de 303.
A heroína do romance é FABÍOLA,
filha de Fábio, dignitário todo-poderoso. Cercada de riquezas, afeita ao luxo,
voluntariosa e egoísta, a bela jovem, no entanto, é tocada pelo exemplo dos humildes
servos de Cristo e termina por converter-se também à nova doutrina, doutrina
que igualava pobres e ricos, escravos e senhores, reis e plebeus, sábios e
ignorantes.
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OBS.: Agradeço à alma que tornou possível a divulgação desta obra aqui no blog. Que Nossa Senhora lhe recompense!