Pe. A. M. Jean Lhermitte, S.D.B.
Os jansenistas – já condenada pela Igreja desde 1642 – esforçaram-se por colocar a Deus tão alto e tão longe dos homens, que o tornaram quase inacessível para um grande numero de almas! Com efeito, apresentaram-no como um Juiz tão severo, um Justiceiro tão rigoroso, um Deus tão terrível, numa palavra, que eles desviaram do Melhor e Mais Terno dos pais o coração dos filhos, e espalharam o espanto na alma dos pecadores! Como consequência disto, viu-se que, ainda os menos culpados dos filhos de Eva não se aproximaram mais de Deus, senão tremendo, não ousando mais pronunciar sequer o seu nome”
[...]
Ora, este livro tem dois fins principais:
- a) Levantar as almas caídas, inspirando-lhes uma confiança ilimitada na onipotência de Deus unida à sua infinita Misericórdia;
- b) Impedir que as almas pecadoras, amedrontadas pelo seu abatimento e suas contínuas recaídas, se entreguem ao desespero; atirar-se à frente delas, barrar-lhes o caminho fatal, fazendo resplandecer a seus olhos o Sol reluzente da Divina Misericórdia
Na soleira deste luminoso e benfazejo oásis que se chama O Campo da Confiança, onde se dilatam e reconfortam as almas, empenhamo-nos em declarar que aqui não se trata absolutamente de uma confiança qualquer, confiança temerária, confiança à moda protestante, enunciada por Lutero: “Peca quanto quiseres, mas crê mais = Pecca fortier, sed crede fortius!”.
Tal confiança leva direitinho ao abismo. Porque ela nega a necessidade das boas obras, mesmo da penitência!
A confiança de que nós entendemos falar aqui é unicamente a confiança que tem por base o arrependimento e o bom propósito.
A confiança de que nós entendemos falar aqui é unicamente a confiança que tem por base o arrependimento e o bom propósito.
Nestas condições, nenhuma barreira ao Perdão Divino!”.