Egídio Romano
Edição de 1989 - 240 págs
Orelhas do Livro
Egidio Romano (=1247-1316) é o mais
"metafísico” de todos os filósofos políticos da Idade Media. Aluno de
Tomás de Aquino. preceptor de Filipe o Belo, superior geral dos Agostinianos,
arcebispo primaz da Aquitânia e
conselheiro de Bonifácio VII viu-se envolvido pelos acontecimentos da época. Sobre
o Poder Eclesiástico é sua tomada de posição na querela entre Bonifácio VII e
Filipe o Belo. Ao rei, de um lado, interessava a afirmação da autonomia do
poder temporal ante o espiritual e o reconhecimento da soberania de cada reino
dentro de suas próprias fronteiras. De outro lado, no final de um período
imperial, que se iniciara com Gregório VII e passara por Inocêncio III, Gregório
IX e Inocêncio IV, o papa pretendia reafirmar o primado absoluto do próprio poder,
situando a autoridade civil como mera executora de ofícios, para os quais fora
instituída pela autoridade religiosa. Abraçando decididamente a causa
pontifícia. Egídio compôs uma obra densa, em estilo repetitivo, na qual compilam-se,
extemporaneamente, todas as pretensões de poder dos grandes papas medievais. Mas
no final há uma novidade que a primeira leitura nem sempre chega a perceber:
sob vestes antigas o autor está compondo o primeiro tratado completo sobre o
absolutismo renascentista.