São Luís Mª Grignion de Montfort
Edição de 1943 - 320 págs
Edição de 1943 - 320 págs
O “Tratado da
Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem” é uma obra de São Luís Maria Grignion
de Montfort (☆1673
– ✝1716), escrita por ele pouco antes de
sua morte. O livro nos fala da devoção a Nossa Senhora e da necessidade da
consagração a Ela. Além disso, o Tratado nos dá um método simples e eficaz de
consagração, de nos entregar inteiramente a Maria.
O manuscrito do Tratado ficou perdido durante 130 anos, de 1712
a 1842, quando foi encontrado em uma caixa por um padre da congregação fundada
por Montfort. Isto foi predito pelo Santo em seu Escrito: “Prevejo que muitos
animais frementes virão em fúria para rasgar com seus dentes diabólicos este
pequeno escrito […] Ou pelo menos procurarão envolver este livrinho nas trevas
e no silêncio duma arca, a fim de que não apareça” (cf. TVD 114).
A finalidade deste livro, segundo São Luís Maria, é mostrar como
Maria Santíssima ainda é desconhecida, o que é uma das razões de Jesus Cristo
não ser conhecido como deve ser. O Tratado nos leva ao conhecimento do Reino da
Virgem Maria e ao conhecimento do Reino de Cristo. São Luís também diz que
Jesus veio ao mundo por Maria e por Ela deve voltar no fim dos tempos: “Ela deu
Jesus Cristo ao mundo a primeira vez, a há de fazê-lo resplandecer também na
segunda vez” (cf. TVD
13).
O Tratado foi
promulgado pelo Papa Pio IX em 12 de maio de 1853, em Roma. Através de um
decreto, os escritos de São Luís foram declarados isentos de qualquer erro que
pudesse ser obstáculo para a sua beatificação. Além disso, muitos outros papas
aprovaram o Tratado e concederam indulgências a quem se
consagrasse pelo método de Grignion de Montfort. Dentre eles, talvez o mais
célebre e conhecido seja o saudoso Papa João Paulo II, que conheceu o Tratado
já na sua infância e particularmente consagrou-se a Maria segundo o Tratado.
Não nos enganemos pelo tamanho e pela simplicidade deste pequeno
livro, pois ele foi de grande auxílio para muitos cristãos em tempos difíceis.
O Tratado e a consagração a Virgem Maria, segundo o método de Montfort, foram
vias de santificação para numerosos homens de mulheres, do século XVIII até os
nossos dias. Considerando a importância da consagração a Nossa Senhora na vida
dos fiéis, recomendamos a leitura do Tratado, a preparação e a consagração
total a Santíssima Virgem.
A origem do Tratado
O tesouro que permaneceu
escondido durante 130 anos
São
Luís Maria Grignion de Montfort escreveu o “Tratado da Verdadeira Devoção à
Santíssima Virgem“, que tem como origem entre os anos de 1712 e 1713. Nos anos
sucessivos, durante a Revolução Francesa, os “dias do terror”, em Saint
Laurent-Sur-Sèvre, a residência da família Monfortana foi ameaçada de um
incêndio das “colunas infernais”. Por causa das perseguições, a Comunidade
precisou colocar em um lugar seguro as coisas mais importantes, especialmente
os manuscritos do Fundador. Montfort, como sabemos, havia predito a ira cheia
de raiva do demônio avançar contra o seu próprio livro (cf. TVD 114).
Quando
terminou a tempestade da Revolução Francesa, aqueles manuscritos foram tirados
do sepulcro e colocados na biblioteca comum. Eram já mortos os primeiros
herdeiros de Montfort e tinha se perdido a memória do escrito do Santo. Mãos
inexperientes o tiraram junto com outros livros da escuridão daquele baú, mas
sem reconhecer o precioso escrito. Por isso, o Tratado permaneceu anos e anos
misturado com muitos outros livros, estragados e faltando partes.
Dia
22 de abril de 1842 o reverendo, Padre Pedro Rauterau, bibliotecário da
Companhia de Maria (Monfortinos), enquanto preparava uma pregação em honra à
Santa Virgem, nosso Senhor lhe colocou entre as mãos este precioso tesouro. O
Padre reconheceu o estilo e o pensamento do Venerável fundador e imediatamente
o entregou ao seu superior (Padre J. Dalin) que reconhecendo perfeitamente a
caligrafia do venerável
fundador, convocou no mesmo instante a reunião das Comunidades dos Missionários
Monfortinos, as Filhas da Sabedoria e os Irmãos de São Gabriel e disse
simplesmente assim: “Encontramos um tesouro!” Assim veio à luz aquilo que o santo de
Montfort “ensinou com fruto em público e em privado nas missões por diversos
anos” (cf. TVD 110), isto é que “Por meio da Santíssima Virgem Jesus Cristo
veio ao mundo, e é também por meio dela que deve reinar no mundo” (cf. TVD 1).
Esse
livro foi escondido por causa da importância dos seus ensinamentos, ele nos
revela a importância da Santíssima Virgem na história da salvação dos homens,
nos indica como fazê-la reinar nos corações através da consagração total a Ela
e assim pertencer perfeitamente a Cristo, impedindo as insídias do demônio e
esmagando a cabeça da serpente que quer a perdição das almas no esquecimento de
Deus e no pecado. Por isso o demônio tentou destruí-lo ou ao menos escondê-lo.
Observou-se
como a Imaculada Conceição, que esmaga a cabeça da serpente, é um ponto comum a
todas as grandes aparições marianas, reconhecidas pela Igreja, a partir da
aparição de Nossa Senhora das Graças a Santa Catarina Labouré (1830). É também
impressionante a coincidência de datas entre o início do ciclo das aparições
marianas dos últimos dois séculos e o reencontro desse escrito mariano
destinado a formar gerações de santos (1842).
Sabe-se
que a descoberta do precioso manuscrito interessou logo a diversas pessoas
“constituídas em dignidade”, que desejaram obter uma cópia. Diversos sacerdotes
da região, os religiosos e as religiosas quiseram conhecê-lo. O trabalho foi
confiado às noviças das Filhas da Sabedoria que o copiaram em diversos
exemplares. O manuscrito foi então entregue ao Bispo de Luçon que depois de ter
examinado a caligrafia o enviou a Roma onde já estava em curso a causa da
beatificação do venerável Servo de Deus.
O
escrito não tinha nenhum título e se percebeu que lhe faltavam 8 páginas ao
início e ao menos uma no final. Foi escolhido um título, o atual, que se
transformou em tradicional. As edições se multiplicaram em ritmo acelerado.
Hoje se sabe que a obra já superou 400 edições. Foi definida “o segredo de
espiritualidade vivido por um Santo”, um verdadeiro tesouro. Muitos santos e
beatos, fundadores e sacerdotes, diretores de almas, religiosos e leigos, ali encontraram
um verdadeiro tesouro de santidade.
Repensando
o escondimento e reencontro do Tratado, nos faz refletir sobre a alegria do
homem que encontra o tesouro no campo e vende todos os seus bens para comprar
aquele campo (cf. Mt 13, 44). É mais que atual a exortação do Papa Pio XII:
“Fazei conhecer esse pequeno livro!”. Um pequeno escrito, de fato, mas que
iluminou o caminho de grandes almas. João Paulo II, o Papa do “Totus tuus”, em
1997, em ocasião do aniversário da canonização de São Luís de Montfort (20 de
julho de 1947), disse: “Este tesouro não deve permanecer escondido!”. Assim, o
tesouro que o maligno queria esconder, os santos o descobriram, compreenderam o
seu valor e sentiram o desejo de fazê-lo conhecido. No livro “Amor da Eterna
Sabedoria”, Montfort diz: “Felizes os que compreendem estas verdades eternas!
Mais felizes aqueles que acreditam, que as colocam em prática e as ensinam aos
outros. Brilharão como estrelas no céu por toda a eternidade”.
A
obra prima de Montfort de fato foi publicada no momento justo, isto é, quando
começava a despontar a aurora do “tempo de Maria” que o Santo havia
profetizado, o tempo da luta entre Maria e os seus humildes servos de uma parte
e de satanás e os seus seguidores de outra. “O poder de Maria sobre todos os
demônios resplenderá em modo particular nos últimos tempos quando satanás
insidiará o seu calcanhar e isto é, os humildes servos e filhos que Ela
suscitará para mover-lhe guerra.” (cf. TVD 54).
Consagra-te à Virgem Maria
"Foi por meio da Santíssima Virgem que Jesus Cristo veio ao mundo e é por meio dela que ele deve reinar no mundo"
Um comentário:
Maravilhoso
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Em breve lhe darei um retorno, porém se o seu comentário for ofensivo infelizmente terá que ser ignorado, pois aqui não é local para ataques aos ensinamentos seculares da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Aqui o leitor pode estudar para conhecer a beleza e sabedoria do Catolicismo. Salve Maria!