Segundo Santo Epifânio e São Germano, Maria deixou seus pais na idade de três anos e foi oferecer-se a Deus no templo de Jerusalém. Esta Virgem predestinada compreendeu desde então que o Senhor ama as primícias da nossa vida, como a homenagem mais em relação com a pureza de seu ser, e com o domínio universal que ele deve exercer sobre nós. O Espírito Santo ensinara-lhe que toda criatura, como propriedade do Criador, deve dar-se a Ele sem tardança e sem reserva, por causa do seu domínio essencial, necessário, absoluto, sem restrição no tempo e na eternidade. A Virgem Imaculada fez ao Senhor a consagração da sua pessoa com generosidade sem igual, com amor superior ao de todos os anjos e santos reunidos.
Convencida de
que toda nossa vida deve ser de
Deus, dedicou-se ao seu serviço no templo sem limitação de anos, desejando lá
morrer se fosse a vontade divina. “Fez então, disse ela à Santa Brígida, os
votos de virgindade, pobreza e obediência”, afim de servir ao Senhor mais
perfeitamente. Quem não admirará tais sentimentos e tal santidade numa criança
de tão tenra idade? Também era ela, já então, mais elevada em graça do que
todas as criaturas reunidas.
Como ela se
ofereceu a Deus desde o alvor da sua existência, também nós devemos cada manhã
ao levantar-nos:
1º
consagrar-nos Àquele que nos criou e nos conserva para sua glória e nossa
felicidade; não é justo que Ele tenha nosso primeiro pensamento, nossos
primeiros afetos, Ele que nos amou desde a eternidade?
2º ofereçamos-Lhe
sem reserva o nosso espírito, o nosso coração, os nossos desejos, ações e
sofrimentos, propondo conservar-nos habitualmente em sua presença e dirigir-Lhe
as nossas aspirações e a nossa atividade, como se estivéssemos no último dia de
nossa vida.
3º Ponhamos em ordem
antecipadamente, sobretudo na meditação, o lado espiritual do dia, resolvidos a
vigiar sobre nós mesmos, a corrigir-nos de tal defeito, a reprimir tal tendência
ou hábito, a suportar com paciência certas contrariedades, a cumprir, numa
palavra, todos os nossos deveres em espírito de fé, de recolhimento, de
abnegação e oração. Estas resoluções e outras semelhantes, renovadas todas as
manhãs, reformarão por fim nossa vida e santificarão a nossa conduta.
Meu Deus, em
união com Jesus e Maria, ofereço-me inteiramente a Vós; disponde de mim, da
minha inteligência, da minha imaginação, do meu corpo, dos meus sentidos e da
minha vontade, segundo o vosso beneplácito. Estou resolvido a obedecer sempre à
Vossa graça nos sentimentos de Maria em sua apresentação no templo, e de Jesus
em sua imolação sobre os altares, isto é, sem detença, sem reserva e sem
retomo.
Virtudes de Maria no Templo
A Santa Menina,
admitida no templo, avantajou-se logo sobre todas as suas companheiras pela
perfeição de todas as virtudes. “Sempre modesta, diz São João Damasceno,
afastava do seu pensamento todos os, objetos terrenos e ocupava-se unicamente
com seu Deus. Santo Anselmo no-la representa falando pouco, sempre atenta e
dando todos os sinais duma união extraordinária
com Deus. Bem diferente era daquelas almas que pretendem viver recolhidas, mas
sem empregar os meios, sem velar sobre os seus olhares, sua língua e sua
imaginação volúvel e dissipada.
Desde a sua entrada no templo, diz Santo Afonso, Maria apresentou-se à sua superiora e de joelhos pediu-lhe humildemente lhe ensinasse o que tinha de observar. Admiráveis foram a sua prontidão e o seu ardor em executar tudo o que lhe era ordenado. Vendo a vontade de Deus na de sua mestra, cedia sempre aos seus desejos, procurava adivinhar as suas intenções para segui-las em tudo. Que exemplo para nós, que temos tanta dificuldade em obedecer sem arrazoar e sem nos queixar.
Semelhante a uma bela oliveira plantada na casa do Senhor, diz são João Damasceno, Maria, continuamente orvalhada pelas águas da graça, crescia cada dia em humildade, doçura e união com Deus. A sua fé, a sua esperança e a sua caridade assumiam proporções incompreensíveis, que espantavam os próprios anjos. Ninguém a viu triste, enfadada ou inconstante. Era como a aurora, cuja luz cresce sem cessar; ou como o sol, cujo calor aumenta até ao dia pleno. A sua fidelidade à graça era contínua como os dons e os favores de que a cumulava o Espírito Santo.
Virgem sempre dócil e fiel, curai minha tibieza e inconstância. Fazei-me firme e perseverante em minhas boas resoluções. Dai que compreenda que um só dia empregado no serviço do Senhor vale mais do que milhões de anos passados em conquistar a terra. Obtende-me a graça de trabalhar de hora em hora na minha santificação, como se tivesse de deixar logo esta vida para entrar na eternidade.
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Trecho extraído da obra do R. Padre Bronchain, C.SS.R. - Meditações para todos os dias do ano segundo a doutrina e o espírito de Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja, para todas as almas que aspiram a perfeição: Sacerdotes, Religiosos e Leigos pelo R. P. Bronchain, Redentorista, traduzidas da 13a. edição francesa pelo R. P. Oscar Chagas Azeredo, C. SS. R., 1940.
9 comentários:
Parabéns pelos 10 (dez) anos, de santo serviço ao Senhor. Uma década trazendo a Santa Doutrina a todos. Que Jesus e Maria abençoem, cada vez mais, este trabalho tão necessário a todos. Contem com minhas orações!!! Parabéns!!!
Belíssima meditação.
Agradeço os comentários e orações. Que Nossa Senhora recompense!
Saudações!
Que Deus recompense o trabalho que fazem! Nossa Senhora os abençoe. Parabéns!
Amen.
Agradeço seu comentário,
Saudações!
Que NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS continue abençoando esse brilhante trabalho amém
Amen.
Seu apostolado é um tesouro que nao se compra pagar.. só o céu para te dar!!!
Deus lhe ouça, Julie!!! =)
Agradeço o carinho!!!
Saudações!
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Em breve lhe darei um retorno, porém se o seu comentário for ofensivo infelizmente terá que ser ignorado, pois aqui não é local para ataques aos ensinamentos seculares da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Aqui o leitor pode estudar para conhecer a beleza e sabedoria do Catolicismo. Salve Maria!