Se Existe
O que é
Como poderemos evitá-lo
Monsenhor de Ségur
Edição de 1905 - 147
págs
INDÍCE
Prólogo
Prólogo
Se Existe Inferno
Há inferno: o inferno
não foi nem podia ser inventado
Há inferno: Deus revelou-nos a existência dele
Se é certo que existe inferno, como é que
nunca ninguém voltou de lá
O dr Raymundo Diocres
O religioso de S. Antonino
A meretriz
de Nápoles
O amigo do
conde Orloff
A senhora do bracelete de ouro
A prostituta de Roma
Porque é que tanta gente se esforça em negar a existência do inferno
Embora os mortos ressuscitassem muitas vezes,
o ímpio não acreditaria no inferno
O que é o Inferno
Das ideias falsas e supersticiosas acerca
do inferno
O
inferno consiste, em segundo lugar, na grande pena de condenação
O
inferno consiste em segundo lugar, na pena horrível do fogo
O fogo do inferno é sobrenatural e incompreensível
O P. Bussy e o mancebo
libertino
Os três filhos de um velho usurário
Meus filhos, evitai o
inferno!
O fogo do inferno é um
fogo corporal
O
fogo do inferno, ainda que é corporal, atormenta as almas
O capitão ajudante-mór de Saint-Cyr
A mão queimada de Foligno
O
fogo do inferno é tenebroso (visão de Santa Tereza)
De outras penas muito grandes, que acompanham o sombrio fogo do inferno
Da Eternidade das Penas do Inferno
A
eternidade das penas do inferno é uma verdade de fé revelada
O
inferno é necessariamente eterno, atenta a natureza da eternidade
Segunda
razão da eternidade das
penas: a falta de graça
Terceira razão da eternidade das penas: a perversidade
da vontade dos condenados
Se é verdade que Deus é
injusto punindo com
penas eternas, faltas de um
momento
Se
sucede o mesmo com os pecados
de fragilidade
Quais são os que trilham o caminho do inferno
Se
podemos estar certos de que se condenou alguém que vimos morrer mal
Conclusões práticas
Sair
imediatamente e a todo o custo, do estado de pecado mortal
Evitar
cuidadosamente as ocasiões perigosas e as ilusões
Assegurar a sua salvação eterna com uma
vida seriamente cristã
~ * ~
BREVE
DIRIGIDO POR
Sua Santidade o Papa Pio IX ao Autor
__________
PIO IX, PAPA
Amado Filho, Saúde e Benção Apostólica.
Nós vos felicitamos de todo o coração por não deixardes de seguir fielmente e com tanto proveito a vossa vocação de arauto do Evangelho. As vossas publicações são bem depressa espalhadas entre o povo por meio de milhares de exemplares.
Se os vossos escritos são tão procurados, é porque agradam; e se não tivessem o dom de atrair os espíritos, de penetrar até ao íntimo dos corações e de produzir neles os seus benéficos efeitos, não poderiam agradar.
Aproveitai, pois, a graça que Deus vos concedeu, continuai a trabalhar com ardor e a cumprir vosso ministério de evangelização.
Quanto a Nós, vos prometemos fia parte de Deus uma grandiosa proteção para poderdes trazer ao caminho da salvação um número de almas cada vez mais considerável, e granjeardes deste modo uma magnífica coroa de glória.
Nesta expectativa, recebei, como penhor da proteção divina e dos outros dons do Senhor, a Benção Apostólica, que vos concedemos, muito amado Filho, com todo o afeto do Nosso coração, para vos testemunhar a Nossa paternal benevolência.
Dado em Roma, junto de S. Pedro, aos 2 de Março de 1876, trigésimo ano do Nosso Pontificado.
Pio IX, Papa
~ * ~
Era em 1837. Dois alferes, ainda moços, que, há pouco,
tinham saído de Saint-Cyr, visitavam os monumentos e raridades de Paris.
Entraram na igreja da Assunção, junto das Tulherias, e estacaram a observar os
quadros, as pinturas e todas as obras artísticas daquele belo edifício. Nem sequer
pensavam em orar.
Um deles viu ao pé de um confessionário um padre, ainda
novo, com sobrepeliz, que adorava o SS. Sacramento.
— Olha para este padre, disse ao seu camarada; sem dúvida espera
por alguém.
— Talvez por ti, respondeu o outro rindo-se.
— Por mim? Para que?
— Quem sabe? Talvez para te confessar.
— Para me confessar?! Pois bem, apostas que sou capaz de lá
ir?
— Tu, ires confessar-te?! Ora! E pôs-se a rir, sacudindo os ombros.
— Apostas? repetiu o novo oficial, com um modo zombeteiro e
decidido. Apostemos um bom jantar, acompanhado de uma
garrafa de vinho de Champagne.
— Aceito
a aposta do jantar e do vinho. Desafio-te a ires confessar-te.
Dito
isto, o outro dirigiu-se ao padre e falou-lhe ao ouvido; este levantou-se,
entrou no confessionário, enquanto o fingido penitente lançava para o seu
camarada um olhar de vencedor, e ajoelhava como para confessar-se.
«Tem
graça!», murmurou o outro; e assentou-se, para ver em que viria aquilo a parar.
Esperou cinco minutos, dez minutos, um quarto de hora. «O que é que ele faz?,
perguntava a si mesmo, com uma curiosidade quase impaciente. O que poderá ele
ter dito todo este tempo?»
Enfim,
o confessionário abriu-se, o padre saiu com o semblante animado e grave, e,
depois de ter sondado o jovem militar, entrou na sacristia. O oficial
levantou-se também, vermelho como a crista de um galo, puxando pelo bigode com
ar um pouco dissimulado, e deu sinal ao seu amigo que o seguisse, afim de saírem
da igreja.
«Que é
isso?, disse este. O que foi que te aconteceu? Sabes que te demoraste quase
vinte minutos com o padre? Palavra de honra, julguei por um momento que ias confessar-te deveras. Com efeito, ganhaste bem o teu jantar.
Queres que seja esta tarde?
—Não, respondeu o outro com mau humor; hoje não. Qualquer
dia nos veremos. Tenho que fazer e preciso de me retirar de ti.»
Apertando a mão de seu companheiro, afastou-se
precipitadamente, de má catadura.
O que se teria passado, entre o alferes e o confessor? Ei-lo:
Apenas o padre abriu a portinha do confessionário, conheceu, pelas maneiras do jovem
oficial, que este ia ali, não para confessar-se, mas para fazer zombaria. Tinha
ele ousado dizer-lhe, concluindo não sei que frase: «A religião! confissão!
Eu zombo de tudo isso!»
O padre era homem atilado. «Perdão, meu caro senhor, disse
interrompendo-o com brandura; vejo que o que fazeis não é a sério. Deixemos de parte
a confissão e conversemos alguns instantes. Gosto muito dos militares, e,
segundo me parece, vós sois um jovem bom e amável. Dizei-me: qual é a vossa graduação?»
O oficial começava a conhecer que tinha cometido uma sandice. Contente por
achar um meio de sair deste estado, respondeu cortesmente:
«— Sou apenas alferes. Saí ainda há pouco de Saint-Cyr.
— Alferes? E ficareis muito tempo alferes?
—Eu sei
lá. Dois anos, ou três anos, quatro anos talvez.
—E
depois?
—Depois
passarei a tenente.
— E
depois?
—
Depois serei capitão.
—Capitão?
em que idade se pode ser capitão?
— Se
tiver fortuna, respondeu o oficial sorrindo, posso ser capitão aos vinte e oito
ou vinte e nove anos.
— E depois?
— Oh!
depois é difícil. Fica-se muito tempo capitão. Depois passa-se a major, em
seguida a tenente-coronel, e depois a coronel.
— Muito bem! Aí estais vós coronel aos
quarenta ou quarenta e dois anos de idade. E depois?
— Depois
serei general de brigada e depois general de divisão.
— E
depois?
—
Depois não resta senão o grau de marechal; mas as minhas aspirações não chegam
a tanto.
—
Embora; mas não chegareis a casar-vos?
—
Talvez chegue, talvez; mas será só quando for oficial superior.
— Pois
bem! Então sereis casado, oficial superior, general de brigada, general de
divisão o talvez até marechal de França, quem sabe? E depois, senhor?, acrescentou
o padre com autoridade.
—
Depois? depois? replicou o oficial, quase confuso. Oh! crede; não sei o que sucederá
depois.
— Vede
como isto é singular, disse então o sacerdote com um acento cada vez mais
grave. Sabeis o que se passará até então e não sabeis o que depois sucederá.
Pois bem, eu o sei e vou dizê-lo. Depois, senhor, morrereis. Apenas morrerdes, aparecereis
diante de Deus para serdes julgado. Se continuardes a viver como até agora,
sereis condenado e ireis arder eternamente no inferno. Eis-aqui o que depois sucederá!»
O
mancebo, aterrado e enfastiado deste remate, parecia querer esquivar-se. «Um instante
mais, senhor, continuou o padre. Tenho ainda algumas palavras a dizer-vos. Sois
honrado, não é verdade? Pois bem, eu também o sou. Viestes aqui zombar de mim;
deveis por isso dar-me uma reparação. Peço-a, exijo-a em nome da honra. Será
além disso muito simples. Haveis de me afiançar que, por espaço de oito dias,
de noite, antes de vos deitardes, posto de joelhos, direis em voz alta: «Um dia
hei de morrer, mas rio-me disso. Depois da minha morte serei julgado, mas
rio-me disso. Depois do meu julgamento serei condenado, mas rio-mo disso. Ireis
arder eternamente no inferno, mas rio-me disso.» Direis isto; mas dais-me a
vossa palavra de honra de que não haveis de faltar, não é verdade?»
O alferes,
cada vez mais enfadado, querendo a todo o custo sair daquele embaraço, prometeu
tudo e em seguida o bom padre despediu-o com bondade, acrescentando: «Não
preciso, meu caro amigo, dizer que vos perdoo de todo o meu coração. Se
tiverdes necessidade de mim, aqui me achareis sempre no meu posto. Não vos esqueçais
da palavra dada.» Depois separaram-se, como vimos.
O novo oficial
jantou só. Via-se que estava vexado. À noite, antes de se deitar, hesitou um
pouco; mas tinha dado sua palavra de honra; não faltou ao prometido, «Morrerei,
serei julgado; irei talvez para o inferno...» Não teve animo de acrescentar:
«rio-me disso.»
Assim
decorreram alguns dias. Sua penitência
lembrava-lhe continuamente e parecia zunir-lhe aos ouvidos. A sua índole, como
a das noventa e novo centésimas partes dos mancebos, tinha mais de dissipado
que de mau. O oitavo dia não passou sem que o oficial voltasse, então desacompanhado,
à igreja da Assunção. Confessou-se com contrição sincera, e saiu do confessionário
com o rosto banhado de lágrimas e a alegria no coração.
Segundo
alguém me certificou, ele foi depois um digno e fervoroso cristão. Foi a
meditação do inferno que, com a graça de Deus, operou aquela mudança. Ora, o fruto
que ela produziu no espirito deste novo oficial, porque o não produzirá no
vosso, caro leitor?
É
preciso, pois, meditar no inferno enquanto é tempo.
Cumpre
pensar no inferno. É uma questão pessoal a sua existência, e, confessai-o, é profundamente
temível. Aquela questão é proposta a cada um de nós; e, bom ou mau grado nosso,
necessita de uma solução positiva.
Vamos
pois, se quiserdes, examinar, breve mas rigorosamente, duas coisas: 1ª. se
existe inferno; 2ª. o que é o inferno. Apelo aqui unicamente para a vossa fé e
probidade.
20 comentários:
Tenho pedido a Deus com sinceridade, que me permita confessar.
Rezo por este dia.
Salve Maria, Cristina!
Rezarei por você neste intenção!
Saudações!
Corra a primeira Igreja que você puder ir e procure saber o horário das confissões. Se não conseguir, corra para outra até achar um padre disposto a lhe confessar. Não perca tempo. Corra é corra mesmo.
Gentileza informar os preços dos livros abaixo, assim como as condições de pagamento:
>Livro de Orações - Editora Permanência
>Sete mentiras sobre a Igreja Católica - Diane Moczar
meu e-mail: mucio.moraes@gmail.com ; mucio.moraes@hotmail.com
Olá, Múcio!
Os únicos livros que tenho para vender são os que estão neste link
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br/2013/01/livros-venda.html
Saudações!
Bom dia, esses dois livros aparecem no link.
>Livro de Orações - Editora Permanência
>Sete mentiras sobre a Igreja Católica - Diane Moczar
Mil perdões, Múcio!!!
Estes livros não estão mais disponíveis.
Desculpe o transtorno,
Saudações!
Caro Múcio, você pode adquirir estes Livros no site da Permanência:
http://www.editorapermanencia.net/loja/index.php/livros-2/livro-de-oracoes2.html
http://www.editorapermanencia.net/loja/index.php/livros-2/catecismo-catolico-da-crise-na-igreja-58.html
São livros muito bons, lá você também poderá encontrar outras obras excelentes!
Que bom Cristina,este desejo foi lhe concedido pelo Espírito Santo,verás uma diferença muito grande na tua vida pode acreditar. Deus te abençoe
Uma editora muito boa é a Pinus, os livros são muito bons.
Abraços.
Há muito venho tentando me confessar e iniciar uma vida religiosa, mas nem sei por onde começar. Como faço para confessar, poderia me aconselhar?
Salve Maria, Vinícius!
Vc precisa procurar um bom padre que lhe ajude.
Faça sim um bom exame de consciência com as disposições necessárias e converse com o padre,
Conte com nossas orações,
Saudações!
Obrigado, estou tentando entrar em contato com a Diocese da minha cidade, talvez eles indiquem algum bom padre. Peço que continuem orando por mim para que tenha tempo de confessar.
Qual a sua cidade?
Picos, Piauí. Poderiam me auxiliar quanto a isso?
Infelizmente por aí não conheço nada, continuamos a rezar por vc.
Saudações!
Ótimo livro. Me fez rever minhas confissões.. ainda faz...
Eu gostaria de ler algumas das obras de santa Maria Madalena de Pazzi
O PDF está ilegível
Boa Noite!
Com paciência conseguirás ler. Aconselho-te a aumentar o tamanho da tela de teu dispositivo nas páginas com maior dificuldade de leitura para que as veja melhor e possas lê-las.
Saudações!
Postar um comentário
Em breve lhe darei um retorno, porém se o seu comentário for ofensivo infelizmente terá que ser ignorado, pois aqui não é local para ataques aos ensinamentos seculares da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Aqui o leitor pode estudar para conhecer a beleza e sabedoria do Catolicismo. Salve Maria!