Ir. Marie Rose, OP
Edição de 1958 - 234 págs
Prefácio
Revma. Irmã Marie Rose,
O seu livro chegou no momento oportuno.
O interesse pelo canto eclesiástico tem crescido bastante em nossa terra neste último
decênio. Os amigos das castas e ingênuas melodias de S. Gregório,
encontramo-los numerosos em todos os setores sociais. O próprio rádio
contribuiu para torná-las conhecidas e apreciadas.
Aqui está a oportunidade da sua obra.
O seu livro é a teoria e a prática de Solesmes, vivida e
e:remplificada na Escola de Paris. O seu valor inestimável é a fidelidade à
tradição dos monges de D. Guéranger. Eles
reconstruíram para a cristandade um dos monumentos mais veneráveis da sua
cultura, o canto litúrgico; não se contentaram em arrancar aos arquivos
documentos esquecidos, com a paciência e a preocupação científica própria dos
filhos de S. Bento, mas infundiram movimento, vida e beleza ao fruto de sua
pesquisa. O canto gregoriano
nasceu não para o gozo estético
dos salões, mas da necessidade intima e profunda do cristão
de louvar e engrandecer o seu Deus. Pelas
melodias simples e austeras do canto eclesiástico perpassa um grande hálito sobrenatural.
O canto gregoriano é oração e oração oficial da Igreja. Deve, portanto, para não ser
desvirtuado e incompreendido, ser prevalentemente, senão unicamente, apreciado
sob o ângulo visual místico, isto é, como expressão vital da mística Esposa de Cristo.
É necessário que o canto litúrgico seja largamente
restabelecido no uso do povo e na
vida cotidiana dos seminários e
conventos. O gregoriano tem de viver em nossa
piedade e dar-lhe, ao mesmo tempo,
cunho de profunda
seriedade e serena contemplação, o que lhe é característico. É
urgente... Do contrário, essas santas e venerandas
cantilenas correm risco de
serem apenas amostras do passado para curiosidade e satisfação de profanos em demonstrações
profanas.
Este é o
momento marcado pela Providência
para o Brasil ouvir a mensagem do Canto Gregoriano, mensagem universal de paz e amor.
E para o Brasil ouvir esta
mensagem é mister que das catedrais, das igrejas
e capelas ecoem pelas praças e pelos campos e quebradas a salmódia tranquila e os
transportes melismáticos do Canto de S.
Gregório.
O seu livro,
Irmã, concorrerá para
este futuro de esplendor e faço votos, não muito
distante.
Rio de Janeiro, festa de Corpus
Christi - 1952
Mons. João B. da Mola e Albuquerque
4 comentários:
A nossa Igreja deixou muito a vontade os que participam do Ministério de Música.Deve-se determinar que o cântico seja de acordo com as normas eclesiásticas para que ninguém queira tomar o lugar do sagrado na Missa.
muito bom o blog!!
Gostei muitooo!!!
*_*
Estarei direto aqui!!!
Excelente!
Agradeço por disponibilizar tamanha preciosidade. Parabéns para a freira , que o amor de Maria a ilumine sempre! Acho que todas as igrejas deveriam voltar a ter o maravilhoso e místico canto gregoriano em latim...a língua de nossa amada igreja e não ter música ao estilo dos protestantes, afinal somos CATÓLICOS APOSTÓLICOS ROMANOS, igreja formada após o Imperador Constantino e não pela Reforma/Contra Reforma...
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Em breve lhe darei um retorno, porém se o seu comentário for ofensivo infelizmente terá que ser ignorado, pois aqui não é local para ataques aos ensinamentos seculares da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Aqui o leitor pode estudar para conhecer a beleza e sabedoria do Catolicismo. Salve Maria!