P. Bernardo Gaspar Haanappel, C. Ss.R
Edição d 1948 - 88 págs
DUAS PALAVRAS
Meu caro
irmão em Jesus e Maria, lembras-te ainda dos dias de tua meninice, como tua
piedosa e cuidadosa mãe, de manhã cedinho, quando lhe pedias a bênção e ias
tomar teu café, perguntava às vezes: "Filhinho,
não te esqueceste de rezar de joelhos as três Ave-Marias?" E o
hesitares por vezes na tua resposta, era-lhe confissão da tua omissão, e ela
não te teria permitido assentar-te à mesa para tomares teu café com biscoito e
bolacha sem que tivesses antes reparado a tua negligência.
Quanta
coisa sucedeu e mudou-se desde aqueles anos felizes, anos de brinquedos e inocência!
Quanta mudança de domicílio e ambiente, de estado e condições de vida! Quanta
aflição, cuidado e tristeza, desapontamento e desconcerto! Muita coisa do que antigamente
nos foi caro, do que naquela época praticávamos diariamente, já o temos esquecido
talvez há muito; já não entra mais na prática da vida. Porém, daqueles dias ditosos
não são apenas lembranças e saudades que nos acompanham, não; também
conservamos uns bons hábitos. E entre esses, suponho eu confiadamente, pertence
também o rezares diariamente, de manhã e à noite, com devoção, as três Ave-Marias
em honra da Imaculada Conceição e da pureza de Maria santíssima.
Se não me
engano nesta hipótese, eu te felicito; pois como é salutar este pequeno exercício
de devoção a Maria!
É nossa
intenção tratar neste livrinho sobre as três Ave-Marias. Não como se fosse um exercício
ainda pouco conhecido; graças a Deus, inúmeros são os católicos que, ao levantar
e ao deitar, piedosamente e de joelhos rezam as três Ave-Marias em honra da Conceição
Imaculada de Maria. Porém, esperamos que esse exercício, mediante estas páginas
singelas, se torne mais geral ainda, e, se alcançarmos nosso objetivo, isto nos
há de ser um título mais para agradecermos a Deus e à sua excelsa mãe. Precípuo
escopo, porém, é fazermos com que estimem mais esse exercício os que já o
praticam e se afervore ainda mais a sua devoção e zelo. Conseguindo o que
anelamos, teremos levado a cabo obra sobremodo salutar, de vez que, à medida que
esse exercício se praticar mais perfeitamente, haverá de produzir frutos mais abundantes.
O
exercício das três Ave-Marias merece ser recomendado e propagado mais que
nunca, especialmente em nossos dias. É certo, a impureza, a concupiscência da
carne, em todos os séculos tem sido o grande mal da humanidade. Mas desde que
Jesus Cristo, com palavras e exemplos, ensinou a combater esse mal e remiu o
mundo das suas cadeias, tem-se o vício alguma vez manifestado mais escandalosa e
impudentemente do que em nossa época? A sedução já foi antigamente mais geral e
mais satânica do que em nossos dias para toda e qualquer idade e estado? Ah! Quantos
gemidos essa praga da impureza não arranca do peito dos sacerdotes e os faz
encarar o futuro com receio e ânsia! Ora, contra essa enxurrada de imundícies
melhor proteção não se pode idear do que a da Virgem Imaculada. Por isso, não
padece dúvida que, mormente agora, merece ser recomendado o exercício das três
Ave-Marias, pelo qual invocamos a Virgem sem mancha exatamente para conservar a
pureza. Ademais, a experiência provou a eficácia deste exercício para tal fim.
Além
disso, esse exercício obteve por diversas vezes a aprovação da suprema
autoridade eclesiástica. Assim, Leão XIII, no dia 8 de fevereiro de 1900,
concedeu uma indulgência de 200 dias a todos os que, cotidianamente, de manhã e
à noite, rezassem três vezes a Ave-Maria com a jaculatória: "Ó minha
mãe, preservai-me do pecado mortal!" Em seguida, o Papa Pio X, de
santa memória, aos 5 de Dezembro de 1904, outorgou uma indulgência de 300 dias
que poderia ganhar toda manhã e toda noite quem rezasse ao menos três vezes a
saudação angélica, acrescentando a cada saudação: "Pela vossa Imaculada Conceição, ó
Maria, purificai meu corpo e santificai minha alma".
Suplicando
à Virgem imaculada queira implorar sobre este livrinho a bênção de seu Filho e
o faça contribuir para propagar e tornar apreciado cada vez mais o exercício
que lhe é tão caro e que aos fiéis é tão salutar, oferecemo-lo humilde e
confiadamente a todos os devotos filhos de Maria Santíssima.
O autor
__________
OBS.: - Agradeço de forma muito especial ao leitor que contribui para que esta obra, de tão grande importância para aumentar ou iniciar nosso amor e devoção a tão Boa Mãe, pudesse ser postada aqui. Que Nossa Senhora retribua, como melhor Lhe aprouver, por mais esta generosidade!
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