Muitas almas cristãs se inquietam por trabalhar tão pouco para a glória de Deus! Veem que o tempo passa e temem achar-se transportadas aos umbrais da eternidade com as mãos vazias.
E por isso
quereriam ter atingido perfeitamente o fim para o qual foram criadas, que é o
de louvar a Deus. Mas, impedidas pelos negócios, ou por moléstias,
sobrecarregadas pela família, queixam-se de ver passar os dias, sem glorificar
devidamente a Deus.
Lançando um
olhar pelo mundo, estas mesmas almas escandalizam-se por ver a Deus tão
ofendido, tão esquecido ... e perguntam como o Altíssimo pode suportar tantas
injúrias da parte de suas criaturas. E estes pensamentos perturbam-lhes a fé.
Desejosas de expandir o Reino de Deus, querem saber qual meio poderiam empregar
para endireitar este mundo, e dar ao Autor de todas as coisas a glória a que
tem direito.
Oh! que estas
almas não desanimem! Sua pena provém da falta de luzes: nem podem imaginar a
cópia de louvores que se elevam perpetuamente desta terra, em aparência tão
ingrata, ao trono da Divina Majestade ... e ainda menos imaginam que talvez
elas mesmas podem dar a Deus "a honra perfeita e completa” que tão
ardentemente desejam, contanto que cooperem com Cristo na homenagem infinita
que Ele rende à Santíssima Trindade.
Devem
unicamente renovar a oferenda do Calvário: com, em e por Cristo, têm elas o
meio de atingir completamente o fim que Deus lhes determinou, que é dar-Lhe uma
glória perfeita sem sombras nem desfalecimentos. E não haverá uma doutrina
consoladora e cheia de pacificação, que desvende o grande mistério da paciência
de Deus para com o mundo pecador?
Este livro
destina-se a procurar abrir às inteligências cristãs, ávidas do desejo de
servir a Deus, de propagar o seu reino, e de se preparar para a eternidade,
conhecimentos talvez ignorados acerca do Sacrifício de nossos altares.
Visa ensinar
que não é só Cristo que deve celebrar a S. Missa... mas que Ele une a si os
seus fiéis ... ou antes que Ele e seus fiéis formam "um só Cristo” que
apresenta a Deus louvores infinitos... de maneira que cada um de nós, deixando de
lado esta frase, mais familiar do que exata:
"Vou à
Missa”, a substitua por esta outra: “Vou celebrar a minha Missa com Cristo.”
Deste
conhecimento mais nítido de nossa participação ao ato sacerdotal de Nosso
Senhor, resultarão para nossa vida cristã imensas vantagens: Em primeiro lugar
nos interessaremos pela S. Missa como fazemos pelas coisas que são nossas; desde
então procuraremos estudá-la melhor para nela ter maior parte; teremos
felicidade em assistir a ela.
Depois nos
sentiremos consolados. Experimentaremos realmente que não somos mais “seres
inúteis” desde o momento em que tivermos consciência de exercer a mais nobre
das funções, concorrendo para dar a Deus um louvor perfeito e completo, prelúdio
daquele que Lhe daremos por intermédio de Jesus Cristo por toda a eternidade.
Nossa perfeição
espiritual desenvolver-se-á. Para estar mais inteiramente unido a Cristo no ato
precioso da oblação, não hesitaremos em nos conformar em tudo à sua santíssima
Vontade, em nos privar de tudo o que Lhe desagrada, em procurar tudo o que Lhe
é agradável, a fim de realizar em nós a perfeita uniformidade de pensamentos e
de sentimentos entre o Sacerdote Eterno e os seus humildes colaboradores.
Seremos
cristãos intrépidos e irrepreensíveis; pois que podem temer dos homens ou dos
acontecimentos aqueles que penetram com Cristo na intimidade de Deus, Senhor
dos corações e soberano Senhor de todas as coisas?
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Em breve lhe darei um retorno, porém se o seu comentário for ofensivo infelizmente terá que ser ignorado, pois aqui não é local para ataques aos ensinamentos seculares da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Aqui o leitor pode estudar para conhecer a beleza e sabedoria do Catolicismo. Salve Maria!