Sermões de Padre Antônio Vieira
Edição de 1949 - 289 págs
MOTIVOS DA PRESENTE EDIÇÃO
Nenhum
clássico da literatura portuguesa e, pode-se mesmo dizer, da literatura
universal, teve melhores motivos para cantar as excelências do Rosário, do que
o gênio do Padre Vieira.
O motivo
de ser cristão, o motivo de ser padre, o motivo de ser jesuíta e jesuíta
português, o motivo de ser gênio e gênio nascido de um milagre da Virgem, que
melhores motivos?
Ser
cristão é ter-se um dia sepultado na fonte do Batismo, para “renascer da água e
do Espírito Santo(1)”, com a limpidez, na inteligência, das verdades
reveladas, e contidas inteiramente nas orações do Rosário, vocais e mentais.
Ser
padre é ser um vivo portador do Credo,
um credenciado realizador do Padre Nosso
e um perpetuo cantor da Ave Maria,
para a glória do Pai, do Filho e do Espírito
Santo.
Ser jesuíta
é escolher, entre “duas bandeiras”, a bandeira de Jesus e marchar na
“Companhia” exercitada pela Virgem de Manresa.
Ser
lusitano é pertencer àquele Povo que sempre teve, para Nossa Senhora, “finezas
altas e afamadas”, e que ficou muito bem representado no torneio dos Doze de
Inglaterra:
“A Dama como ouviu que este
era aquele
Que vinha a defender seu Nome e fama
(2)”.
Ser gênio
é ter olhos de lince para enxergar o que poucos enxergam e é ter asas leves e
vigorosas para subir aonde sobem as águias.
O gênio
do Padre Vieira nasceu de um milagre da Virgem e, com ser um gênio de milagre,
é um milagre de gênio que, alcandorando-se, carregou do ninho as contas do
Santo Rosário, que brilham como estrelas na amplidão de sua eloquência.
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Todo
esse conjunto excepcional de motivos que concorreram na inteligência do Padre
Vieira, concorre felizmente agora para que a Oficina do Rosário consiga
realizar o que tanto deseja.
A
Oficina do Rosário é uma instituição fundada em 6 de Abril de 1946, na Cidade
do Salvador da Bahia, e que tem por finalidade restabelecer nas Famílias a
antiga tradição brasileira do Rosário em comum, e confeccionar Terços para a
distribuição gratuita entre os pobres. [...]
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De todos
os meios a seu alcance tem-se servido esta sociedade de Nossa Senhora, para
difundir a devoção do Rosário.
Serve-se
agora dos sermões de Vieira, que são os mais profundos, os mais altos e os mais
coloridos de pétalas ricas, de quantos recendem a rosas do Santo Rosário. [...]
Bahia,
festa de Nossa Senhora do Rosário em 1949.
Pe.
Francisco de Sales Brasil
__________
(1) Joan., III, 5.
(2) Camões, Lusíadas, VI, 63.
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