Motivo de Consolação nas Tribulações
Pe. João Pedro de Pinamonti, S. J.
Transcrição da edição de 1939
Índice
Prólogo
“Date siceram moerentibus et vinum his qui
amaro sunt animo – Dai um licor forte aos aflitos e
vinho aos que têem o coração amargurado” (Prov. 30, 6)
Consolar ao próximo em suas tribulações, é ordem que o Senhor nos intima a todos e cuja inobservância tem Salomão por uma das maiores misérias desta vida mortal. Vi as lágrimas dos inocentes e nenhum consolador (1).
Esta consideração inspirou-me a ideia de escrever o presente livrinho, para expor nele os motivos mais eficazes que nos animem a padecer. Procurei ser breve o mais que pude, com o fim de mais facilmente se ler e passar de mão em mão. Assim como também reduzi a pouco e como que condensei, os principais motivos que a Fé nos ensina para as tribulações; deste modo, à maneira de água abundante recolhida em canal estreito, terão esses motivos mais força em nossa alma.
Esta consideração inspirou-me a ideia de escrever o presente livrinho, para expor nele os motivos mais eficazes que nos animem a padecer. Procurei ser breve o mais que pude, com o fim de mais facilmente se ler e passar de mão em mão. Assim como também reduzi a pouco e como que condensei, os principais motivos que a Fé nos ensina para as tribulações; deste modo, à maneira de água abundante recolhida em canal estreito, terão esses motivos mais força em nossa alma.
Para estarem mais à mão, vão distribuídos pelos dias da semana; e a oração, ao fim de cada um deles, é para implorar e obter os mais eficazes auxílios da divina graça, pois o sofrimento é aquilo a que mais repugnância sente a natureza.
Debaixo deste nome genérico de padecer, foi intenção minha incluir tudo o que se opõe às inclinações da mesma natureza; quer nos venha imediatamente de Deus, como as securas do espírito, as faltas de luzes na oração, as desolações; quer imediatamente do Demônio, como as sugestões para o mal, as angústias, os temores; quer dos nossos próximos, como são as murmurações, as calúnias, as perseguições.
Numa palavra, padecer diz tudo aquilo que ou mortifica o corpo, como a inconstância dos climas, a pobreza, o cansaço, as doenças; ou aflige o espírito, como os escrúpulos, os cuidados, as melancolias. Tudo isto compreenderei neste nome genérico; e ao passo que as pessoas espirituais verão nele principalmente o que atribula a alma, as mais imperfeitas verão principalmente o que contraria os sentidos.
Só falta que os que me lerem, não passem superficialmente a vista por estas verdades, senão que as meditem com seriedade e constância. Se pois vos aproveitardes destas considerações na devida forma, espero que chegareis a levar o sofrimento não só com paciência, mas até mesmo com alegria; e que, longe de fugir da cruz, a ireis buscar, como quem vê no padecer a coisa mais preciosa desta vida. “Bem-aventurados os que choram”, diz Cristo Senhor Nosso (2). A bem-aventurança da vida imortal está em gozar de Deus; a bem-aventurança desta vida perecedoura está em sofrer por Deus.
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(1) Vidi lacrymas innocentium et neminem consolatorem (Ecle. 4, 1)
(2) Beati qui lugent; quoniam ipsi consolabuntur (S. Mat. 5, 5)
(2) Beati qui lugent; quoniam ipsi consolabuntur (S. Mat. 5, 5)
Índice
Prólogo
Domingo
A necessidade do sofrimento serve de alívio na tribulação
I. Devemos sofrer, porque somos homens
II. Devemos sofrer, porque somos desterrados
III. Devemos sofre, porque somos cristãos
Oração
a Jesus atribulado no Horto, para alcançar a paciência
Segunda-feira
A utilidade do sofrimento serve de alívio na tribulação
I. O sofrimento purifica a alma
II. O sofrimento ilumina-nos
III. O sofrimento aperfeiçoa-nos
Oração
a Nosso Senhor açoitado à coluna, para alcançar a paciência
Terça-feira
O sofrimento, como remédio do pecado, é de alívio na
tribulação
I. Cura os pecados presentes
II. Repara os danos dos pecados passados
III. Preserva das culpas futuras
Oração
a Jesus coroado de espinhos, para alcançar a paciência
Quarta-feira
A lembrança do Inferno é de alívio na tribulação
I. Sofre, porque mereceste o Inferno
II. Sofre, porque foste preservado do Inferno
III. Sofre, para não tornares a merecer o Inferno
Oração
a Nosso Senhor com a Cruz às costas, para alcançar a paciência
Quinta-feira
A lembrança do Céu consola a alma na tribulação
I. O sofrimento é sinal de predestinação à glória
II. O sofrimento acumula méritos para a glória
III. Os padecimentos são a medida do gozo na glória
Oração
a Jesus crucificado, para alcançar a paciência
Sexta-feira
O exemplo de Jesus consola na tribulação
I. Jesus, padecendo, enobreceu os trabalhos
II. Jesus, padecendo, suavizou os trabalhos
III. Jesus, padecendo, tornou necessários os trabalhos
Oração
a Jesus, desamparado na Cruz, para alcançar a paciência
Sábado
O amor de Deus consola na tribulação
I. O amor, que Deus nos têm, é origem e causa dos nossos
padecimentos
II. Os nossos padecimentos são o meio para alcançarmos o amor
divino
III. Os nossos padecimentos são indício de termos alcançado o
amor divino
Oração à Virgem Santíssima ao pé da Cruz, para alcançar a paciência
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