É a presente obra da autoria de uma livre docente da Universidade de Viena que, além das horas consagradas às suas ocupações ordinárias, não poucas consagrou ao apostolado entre os médicos — quer entre os médicos em formação que lhe frequentavam as aulas universitárias, quer entre os colegas já adiantados em anos, que exerciam a profissão. Do contato com uns e com outros soube tirar a docente Zawisch uma experiência que não tem nada de comum. Não poucas vezes com ela discorri em palestras repetidas sobre o momentoso assunto da formação do médico e sobre a profissão médica sob o ponto de vista de missão de caridade. E verifiquei que conseguira a docente Zawisch assaz profundo conhecimento do assunto. E tão profundo que me pus a animá-la a explanar num livro o fruto de suas reflexões. Com íntima satisfação o apresento hoje aos colegas, especialmente aos mais moços. Encontrarão estes na leitura de suas páginas o precioso ensinamento do que é necessário saber um jovem médico para ser um médico cristão, e o que deve fazer um médico cristão para desempenhar a sua missão.
É aos jovens que se dirige a doutora Zawisch — aos jovens que representam o futuro da classe médica — em nome da geração dos médicos que os precedem nos anos e que conhecem o significado desta coisa que é ser médico, e ser médico cristão. Dirige-se aos jovens porque, consciente ou inconsciente, descobre na juventude de hoje, vivo e palpitante, o desejo de Deus, e também porque vem verificando que os jovens do nosso tempo revelam, a quantos deles se acercam, a viva necessidade de uma formação espiritual mais profunda.
Bem poderá alguém, talvez, fazer-nos ao livro a acusação de ser demasiadamente um livro de piedade, e escassamente um livro técnico. A resposta é fácil. O que levou a docente Zawisch a escrever estas páginas, foi a convicção de que a formação de um médico que vise não já formalismos religiosos, mas a consecução de uma plenitude de vida de batizado em Cristo, qual a que é necessária para o exercido da medicina considerada como uma missão, é uma das muitas e urgentes necessidades da época em que vivemos, que já vem aguentando com o peso de toda essa dolorosa herança antirreligiosa e anti-espiritual da geração dos médicos que nos precederam. Nós os velhos, todos quantos temos dois olhos abertos o para ver tanto o mal como o bem da época que nos fez Deus nascer, somos os que melhor que ninguém podemos avaliar que formidável peso seja este. Por isto é que levanta a sua voz a autora deste livro em nome da velha geração de médicos, num brado de alarme que é de esperar encontre eco nos colegas mais moços e que não chegue demasiadamente tarde aos ouvidos das novas gerações. Este brado que dirige a seus jovens colegas e que coloca no frontispício do seu livro, dedicando-o a Cristo, Rei dos séculos, é um apelo que não poderá deixar de ser bem acolhido por quem quer que seja chamado, pela sua mesma profissão, a viver com os que sofrem e que, por isso, são os privilegiados de Deus.
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Em breve lhe darei um retorno, porém se o seu comentário for ofensivo infelizmente terá que ser ignorado, pois aqui não é local para ataques aos ensinamentos seculares da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Aqui o leitor pode estudar para conhecer a beleza e sabedoria do Catolicismo. Salve Maria!