Não se expõem nesses catecismos ou, ao menos, não se expõem com a minúcia e a clareza merecidas, os deveres cívicos dos católicos como, por exemplo, o de votarem, e de votarem bem; nem, muito menos ainda, se trata do dever da Igreja de orientar seus filhos acerca da desobriga do voto, mormente em tempo de eleições políticas.
A consequência imediata deste lamentável estado de coisas é a de se deparar com católicos, e mesmo com bem intencionados, que julgam os deveres cívicos um assunto de alçada exclusivamente política, como se não assistisse à Igreja o menor direito de orientá-los. E a consequência mediata é a de vermos, com o coração confrangido, nações inteiras, de origem e sentimento católicos, fadadas por Deus a grande prosperidade temporal, desgovernadas politicamente por hábeis aproveitadores que, esquecidos de sua dignidade não só de cristãos, mas mesmo de homens, fomentam entre os cidadãos católicos a ignorância dos deveres cívicos-religiosos, com medo de que, esclarecidos, lhes pudessem interceptar a fonte de seu vergonhoso e impatriótico enriquecimento.
Desejando, pois, suprir tal lacuna, o
“CATECISMO DO ELEITOR CATÓLICO” propôs-se a esclarecer o eleitorado
católico de tal sorte que tome plena consciência do seu sagrado dever
cívico-religioso, em cujo cumprimento não poderá, por vezes, furtar-se a
aceitar os conselhos de sua santa mãe, a Igreja, a qual, porque quer a
salvação eterna de seus filhos, deve querer também a sua prosperidade
temporal.
Não cabe dúvida de que a Igreja é também competente em matéria de deveres cívicos, porquanto toda a vez que o católico se defrontar com um dever, seja ele de que ordem for, entra no campo moral e, como sabido, a Igreja não só é competente no que concerne à fé, mas também no que diz respeito à moral.
Nota da Editora
Advertência
Prefácio
Introdução
1ª Parte: O Dever do Estado
2ª Parte: O Dever da Igreja Católica
3ª Parte: As Relações entre a Igreja
e o Estado
4ª Parte: O Dever Cívico dos
Católicos
5ª Parte: A Arte de Votar
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