Luis Alberto De Boni
Edição de 2016 - 268 págs
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Boaventura se encontra em uma posição difícil,
quando se procura situá-lo no panorama da Escolástica. Ao serem retomados os
estudos medievais em fins do século XIX e inícios do século XX, o interesse
centralizou-se em Tomás de Aquino, apontado pelo Papa Leão XIII como modelo de
pensador cristão e como fonte onde os católicos deveriam abeberar-se em seus
conhecimentos filosóficos e teológicos. Foi principalmente ao redor do Aquinate
que a Neo-escolástica se desenvolveu, em grande parte num esforço para opor-se
ao pensamento moderno que, desde o Renascimento, passando por Descartes, Kant e
Hegel, abandonara os cânones medievais. Escolástica e pensamento cristão
tornaram-se quase sinônimos de Tomás de Aquino, cuja síntese magnífica, sempre
suscetível de novas leituras, parecia eclipsar a dos demais luminares de sua
época. E, de uma forma ou de outra, o Doutor Angélico era tomado não só como o
mais genuíno e mais importante pensador de seu tempo, mas também como parâmetro
de ortodoxia, pelo qual todos os escolásticos deviam ser avaliados.
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