I – A
grande esperança desta hora é Maria Santíssima: 1) afirmações de Leão XIII,
Pio X, Pio XI e Pio XII; 2) o mesmo Céu o afirma: Fátima e Moscovo: contra a
Internacional ateia, a Internacional de Fátima; 3) o coração dos fiéis assim o
sente, acorrendo confiadamente a Fátima; 4) profetizou-o S. Luís G. Montfort:
«Maria terrível ao demónio e seus sequazes nos últimos tempos»; 5) confiança
portanto em Maria Santíssima: encíclica Lux Veritatis e Ingravescentibus
malis de Pio XI.
II – Cooperação da nossa parte: 1) estudando para conhecer Maria Santíssima: a) ainda mal conhecida (S. L. G. de Montfort); b) conhecê-La é conhecer Jesus; c) Maria tem parte relevantíssima no dogma, no culto e em toda a Religião católica; d) este conhecimento dá base sólida à nossa piedade e fornece-nos armas para defendermos os ataques inimigos contra a dignidade e prerrogativas de Maria.
III – Estudo
particularmente do Seu Coração Imaculado: 1) é o seu melhor ponto de vista; não
se conhece Maria se não se Lhe conhece o Coração; 2) é a este Coração que a
Igreja nas horas aflitivas acorre confiada: Pio XII, na Consagração do mundo;
3) destina-se este livro a ajudar os fiéis a este conhecimento e amor desta
Obra-Prima do Espírito santo; divide-se em duas partes; a) o
objecto da devoção ao Coração de Maria; b) prática da devoção,
todo ele iluminado com a luz com que Maria Santíssima se dignou revelar-se-nos
em Fátima.
I.ª PARTE FUNDAMENTOS DA
DEVOÇÃO
ALVORES DA DEVOÇÃO
I – O
Coração de Maria na Escritura e nos Padres e Doutores da Igreja: 1) S.
Luc., cap. I, vers. 19 e vers. 51; 2) Cant. Cant.,
cap. V, 2; cap. VIII, 6.
II – Até
ao século XI nada de culto explícito : 1) mas a partir desta
época, cada vez amais abundantes os documentos sobre este assunto: a Meditatio
in salve; S. Boaventura, S. Lourenço Justiniano, Ricardo de S. Vítor, S.
Bernardino de Sena, etc.; 3) Santa Matilde, Santa Gertrudes, Santa Brígida; 4)
os doze apóstolos desta devoção apontados por S. João Eudes; 5) até ao século
XVII restringe-se a devoção ao culto particular.
CULTO PÚBLICO
I – Primeiros
vestígios: 1) Confraria do Coração de Maria em Nápoles; 2) e Exercícios
piedosos do Coração de Maria pelo P. Vicente Guinigi.
II – S. João
Eudes, principal apóstolo deste culto público: 1) os seus escritos («O Coração
admirável da santíssima Mãe de Deus») e as duas Congregações Religiosas
por ele fundadas; 2) as suas pregações, ofício e Missa aprovados por 56
Prelados; 3) resultados esplêndidos obtidos, quando da sua morte: 20 dioceses
praticavam esta devoção; pululavam as confrarias, medalhas e exercícios
devotos; 4) Il Sacro Cuore di Maria Vergine do P.
Pinamonti, S.J.; os Frades Menores e o P. Gallifet, S.J. trabalham por
instituir oficialmente a festa do Coração de Maria; aprovações sucessivas de
Pio VI e Pio VII.
FÁTIMA
I — A
revelação do Coração da Maria: 1) preparada pelo Anjo, nas três
aparições 2) explícita nas aparições de Nossa Senhora,
principalmente na de 13 de Junho e 13 de Julho de 1917,
após a visão do Inferno; 3) nelas se nos revela a finalidade, os
frutos e a prática da devoção, particularmente os cinco primeiros sábados e a
consagração ao Coração de Maria; 4) palavras da Jacinta.
II
— Revelações posteriores à Irmã Lúcia: 1) a 10-XII-1925; a
15-XII-1926 e a 17-XII.1927; 2) a Irmã Lúcia começa a cumprir a sua missão; a
13 de Setembro de 1939 O Sr. Bispo de Leiria torna público o pedido de Nossa
Senhora; 3) a 2 de Dezembro de 1940 escreve a Lúcia, pedindo entre outras
coisas a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria.
III— Pio XII
consagra o mundo ao Imaculado Coração de Maria: 1) vinha de longe este
movimento; 2) a radiomensagem do Papa a
Portugal, a 31 de
Outubro de 1942.
O QUE É O CORAÇÃO
DE MARIA
I— Significado
deste objecto santíssimo: Coração de Maria: 1) várias
acepções da palavra coração; 2) tratando-se do objecto próprio da
devoção ao Coração de Maria, não é indiferente empregar este termo em qualquer
sentido; 3) significa o órgão de carne e a Sua vida íntima de amor a Deus e às
almas, mas constituindo um todo uno na unidade da
pessoa de Maria.
II — Demonstra-se
pelos documentos autênticos: 1) Pinamonti e Nilles; 2) Liturgia; 3)
Actas da Sagrada Congregação dos Ritos; 4) particularmente o segundo Nocturno
do ofício da festa decretada por Pio XII para todo o mundo.
III — Os
espinhos rodeando o Coração de Maria: 1) aparição à Irmã Lúcia a 10.XII.1925; 2)
não podemos prescindir deste elemento no estudo do objecto; 3) confirma-o a
nova Missa aprovada para a festa.
O CORAÇÃO DA
PREDILETA DO ALTÍSSIMO
I — Fulgores
deste objeto santíssimo: 1) quem se atreverá a dizê-los?; 2)
predestinada ab aeterno para a mais augusta dignidade; 3)
relações inefáveis com a Santíssima Trindade, particularmente com o Eterno Pai;
Filha de Deus, Filha do Pai, Filha única e Primogénita; palavras de Bossuet.
II — Quilates
do Coração de Maria. 1) criado por Deus para por ele ser amado
plenamente como nenhum outro; o melhor instrumento da Santíssima Trindade; 2) à
imagem do Coração do Eterno Pai, para que Jesus encontrasse nele um reflexo do
amor que lhe tem o Pai; 3) destinado e enriquecido para ser o grande auxiliar
do Redentor; 4) correspondência maravilhosa de Maria Santíssima à sua
predestinação: a santidade em Maria foi uma questão de Coração.
O CORAÇÃO DA MÃE DE JESUS
I — Nada
há mais primacial em Maria que ser Mãe do Verbo
Encarnado: 1) Mulier
amicta sole; Maria de qua natus est Jesus; 2) o louvor mais excelso do
Coração de Maria é ser o Coração da Mãe de Deus; 3) afinidade íntima entre
Maria e Deus; unidade de natureza entre o Filho e a Mãe; Jesus mais de Maria do
que nenhum filho o é de sua mãe.
II — A medida
dos dons celestes proporcionada ao amor que Maria tem a Deus a
vice-versa: 1) logo é no Coração maternal da Virgem que
encontramos o seu melhor ponto de vista. 2) amor inefável a Seu Filho: nemo
tam Mater nisi Maria; 3) com especiais encantos e finíssimos ardores,
por ser amor virginal; 4) amor modelado pelo do Eterno Pai (Terrien); 5)
crescendo de instante a instante pelo contacto com o Coração de Seu Filho; Ela
é as primícias do Salvador; 6) amava a Jesus como Filha primogénita de Seu
sangue, como Esposa única, como Mãe; por isso o Coração de Maria foi o horto de
delícias para Jesus.
O CORAÇÃO DE MARIA E O
ESPÍRITO SANTO
I — Maria
obra-prima do Senhor: 1) logo é o Espírito Santo o Autor desta
maravilha, o artista no Seu íntimo, ainda na ordem física e psíquica; 2) Ele o
que A enriqueceu de graça: gratia plena; imago bonitatis illius; 3)
Ele que lhe infundiu as virtudes teologais e morais, os Seus dons e frutos
preciosíssimos, em profusão a que não atingem nem os Bem-aventurados todos
juntos; 4) é Ela a melhor mansão do Espírito Santo: Dominus
tecum; 5) ninguém mais cheia do Espírito Santo; Ela o suavíssimo
perfume desse Divino Espírito.
II — Consumado
a delicado instrumento do Espírito Santo: 1) Sua docilidade às lições
divinas; 2) sensibilidade e prontíssima em perceber e receber os divinos
toques; 3) amor delicadíssimo em aceitar Sua divina acção; 4) por isso, o Seu
mais apto instrumento para atrair a Deus as almas.
III — Na
Encarnação atingem culminâncias de infinito as relações de Maria com
o Espírito Santo; 1) o facto narrado em S. Lucas, cap. 1, onde se atribui
expressamente ao Espírito Santo a obra da Encarnação; 2) Maria Esposa do
Espírito Santo; 3) vida da. mais ininterrompida e ardente união com o Espírito
Santo.
CORAÇÃO IMACULADO
I — Ser
Imaculada: 1) privilégio entre todos estimado por Maria: a Medalha
milagrosa, Nossa Senhora das Vitórias, o Escapulário Verde; em Fátima assim se
designa a Virgem e assim a designam os Videntes: Coração
Imaculado; 2) a Liturgia acomodou-se a esta designação, na nova Missa
da festa; item Pio XII, na fórmula de consagração do mundo ao Imaculado Coração
de Maria; 3) privilégio definido na Bula ineffabilis Deus, de
Pio IX, a 8 de Dezembro de 1854, onde em síntese se apontam as razões deste
dogma; 4) não é meramente negativo (ausência de mancha), mas altamente
positivo: cheia de graça desde o primeiro instante e por isso, singularíssimo e
glória suma para Jesus; 5) perfeição desta primeira graça.
II — Coração
Imaculável: 1) bula ineffabilis Deus; 2) isenção de
toda a mancha actual ou imperfeição deliberada; 3) moralmente impossibilitada
de pecar.
CORAÇÃO VIRGINAL
I — A
Virgindade de Maria: 1) Dogma de fé (Conc. Later. 649): virgem antes
do parto, no parto e depois do parto; 2) excelência desta virgindade no corpo,
na alma e nos afectos.
II — Perfeição
desta virgindade: 1) tudo o que há de positivamente belo na
virgindade: o mais perfeito modelo das virgens; 2) toda a vida de Maria, desde
o primeiro instante, um voto total a Deus; 3) virgindade acima de tudo de
amor; virgindade-consagração; 4) virgindade que nos mostra a
perfeição do Seu amor e faz do Seu Coração e do de Deus um só coração; 5) só
Ela uniu aos gozos da maternidade a honra da virgindade.
O MAIS BELO DOS CORAÇÕES
I — Nossa
Senhora de Fátima, espectáculo maravilhoso de beleza para os
pastorinhos: 1) Sine macula candor lucis aeternae; 2) quem
cantará tal beleza? pulcherrima mulierum.
II — Beleza
física de Maria: tem a raiz na beleza espiritual de que é
participação. 2) nada mais belo depois da Humanidade de Jesus; 3) é voz
unissona da Tradição e da arte cristã.
III — Bela,
porque Mãe de Jesus: 1) para haver semelhança entre Mãe e Filho: Christus
Matri suae similimus inter omnes filios; Ele é speciosus prae
filiis hominum; 2) nondum erant abyssi; Christus cogitabatur, logo
desde a criação; 3) a Sua estrutura íntima revela-nos um organismo da mais sã
compleição; palavras de Garriguet; 4) a suma perfeição de sua alma causa da sua
beleza física que atrai e incute pureza em quem A contempla.
CORAÇÃO CONSUMADO EM PERFEIÇÃO
I — Ninguém
depois de Jesus mais divinamente consumada em perfeição: 1) Arca da
Aliança; Obra-prima do Criador; 2) por mais perto estar da fonte de toda a
Beleza e santidade (S. Tomás); 3) pela superabundância da graça recebida; 4) é
a doutrina dos Teólogos; Pio IX na bula ineffabilis Deus.
II — Plenitude
de graça crescendo sempre: 1) três momentos na graça de Maria:
disposição inicial; graça de viadora; graça consumada ao subir ao céu; crescia
a de disposição e viadora por novas efusões da liberalidade divina pela
recepção dos Sacramentos, pelos actos de ininterrompida e ardentíssima
caridade; 2) superando já desde o primeiro instante a graça de todos os
bem-aventurados juntos, o que seria no fim? 3) afirmações dos Padres a este
respeito.
CORAÇÃO IMACULADO, ÍRIS DE PAZ
I — A vida
do homem é uma luta: 1) Job, S. Paulo, S. Tiago; 2) em consequência,
guerra nos indivíduos, nas famílias, nas classes, nas nações; 3) contraste com
o primeiro estado de inocência.
II — Maria
Íris de paz: 1) prometido no Génesis (III, 15) e realizado no meio dos
tempos: quae est ista? 2) tudo em Maria se ordena na mais
perfeita tranquilidade, por ser imaculada e por isso, integérrima, impecável:
S. João no Apocalipse; 3) por isso, terribilis ut castrorum
acies ordinata!
III — Rainha
da Paz: 1) porque Mãe de Deus; 2) Corredentora: palavras de Pio X; 3)
mais que ninguém interessada junto de Seu Filho para nos obter a paz; Pio X,
Pio XII.
CORAÇÃO DE NOSSA MÃE
I — Mãe de
Jesus, logo, nossa Mãe também: 1) Ego sum vitis vos
palmites: Mãe da Vide, logo dos ramos também; Mãe de todo o Corpo
místico de Cristo; 2) Eva e Maria; 3) O Eterno Pai restaurando tudo em Cristo,
restaurou-nos com vantagem em Maria a mãe que perdemos em Eva.
II — Promulgação
desta maternidade no Calvário: 1) Jesus sabia a quem nos confiava;
2) in quo clamamus: Pater... também clamamus: Mater: 3)
fecundíssima virgindade de Maria; 4) com o amor que ama a Seu Filho nos ama a
nós; palavras de Pio XI na Lux Veritatis.
CORAÇÃO DOLOROSO DE MARIA
I — Maria
Mãe de dor: 1) elemento essencial no estudo do Coração de Maria; à
semelhança do Coração de Jesus; os espinhos com que apareceu à Irmã Lúcia; 2)
consequência de ser Mãe de Jesus Crucificado e Mãe de pecadores; 3) pela
contemplação de Suas dores descobriu a piedade cristã o Seu Coração; 4)
Coitadinha de Nossa Senhora! (Jacinta).
II — Toda
a vida da Maria foi dor para o Seu Coração: 1) na infância, ida para o
Templo, perda dos pais; 2) logo após a Encarnação do Verbo, compreendendo as
angústias de S. José; 3) ida a Belém: os seus não os receberam, nascimento de
Jesus num estábulo; 4) profecia de Simeão (Nossa Senhora a Santa Matilde); 5)
perda de Jesus no Templo aos doze anos.
III
— O Calvário, momento culminante de Suas dores: 1) Juxta
Crucem: junto da Cruz até as rochas estalam; extrema poena,
maledictus a Deo qui pendet in ligno; quasi leprosum, vidimus eum et non erat
aspectus; 2) Mater ejus: quem contempla este suplício
é Mãe do Supliciado: o vos omnes qui transitis per viam...; tota in
vulneribus Christi; 3) Jesu: Aquele Seu Filho é
Jesus, o Salvador, a Vítima; Maria participa mais que ninguém em todo o
sofrimento do Coração de Jesus; Jesus uniu-A a Si como a nenhuma outra vítima,
nas profundas imolações e holocaustos do Seu Coração.
CORAÇÃO DA MEDIANEIRA
I — O
Coração de Maria, nova oferta mais expressiva e eficaz da Sua mediação: 1) a
par com o Coração de Jesus; 2) palavras da Jacinta; 3) Pio XII ao cardeal Secr.
de Estado, a 1 de Abril de 1942; 4) a Consagração do mundo ao Imaculado Coração
de Maria.
II — Mediação
incluída na Consagração: 1) resposta do Pontífice a um duplo pedido da
Cristandade; 2) a Consagração pressupõe a mediação; 3) Maria medianeira desde o
Seu fiat; 4) pela Sua imolação junto da Cruz; 5) a fórmula da
Consagração assim A chama implícita e explicitamente.
III —
Mediação do Seu Coração: 1) é pelo Seu Coração que havemos de
solicitar Seus favores; 2) é o Seu Coração que havemos de apresentar ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo para implorar as graças do Céu; 3) di-lo a Jacinta
expressamente; 4) o exercício da mediação de Maria é essencialmente exercício
de amor, do Coração.
OS SAGRADOS CORAÇÕES DE JESUS
E MARIA
I — Inseparáveis
um do outro: 1) verdade expressa nas revelações de Fátima; 2) os
pastorinhos, especialmente a Jacinta, não os separavam na sua devoção; 3) S.
Francisco de Sales e S. João Eudes.
II — A
jaculatória e a imagem de «Nossa Senhora do Sagrado
Coração»: 1) O P. Júlio Chevalier; 2) per Mariam
ad Jesum; Leão XIII, a 8 de Setembro de 1894; S. Bernardo.
III — Laços
naturais e sobrenaturais entre os dois Corações: 1) Jesus, flor da
Virgem Mãe; Maria é quem melhor conheceu, amou, adorou, reparou o Coração de
Jesus; 2) é Ela a melhor Mestra desta devoção; é nesta escola que se forma
Santa Margarida; B. Cláudio de La Colombière.
CORAÇÃO CHEIO DE BONDADE E
MISERICÓRDIA
I — Maria
remédio para os males desta hora histórica: 1) Fátima: «só
Ela lhe pode valer»; 2) Maria, criada por causa da misericórdia (Santo
Anselmo); 3) Maria formada na escola da misericórdia desde a Encarnação do
Verbo, na Casa de Nazaré, na vida pública de Jesus, aprendendo d’Ele sobretudo
a misericórdia.
II — No
Calvário conclui Maria o Seu curso e sai consumada em misericórdia: 1)
aí A constituiu Jesus formalmente Mãe de misericórdia: Ecce filius
tuus; 2) para bem se desempenhar desta missão Lhe plasmou O Espírito
Santo o Coração; 3) por isso compassiva como ninguém: palavras de Santo Afonso
de Ligório; as Bodas de Caná; 4) solícita em acudir a todas as necessidades de
Seus filhos: Mater clementissima, Refugium peccatorum, Consolatrix
afflictorum, Auxillium Christianorum, Salus infirmorum; 5) sobretudo
os pecadores: Terrien, S. Anselmo, S. Afonso.
CORAÇÃO DE RAINHA, RAINHA DOS
CORAÇÕES
I — Nossa
Senhora Rainha do mundo: 1) como tal se manifesta em Fátima; 2) Pio
XII formalmente o afirma na Consagração e sobretudo na mensagem por ocasião da
coroação de Nossa Senhora de Fátima; 3) pedido da Cristandade desde as
aparições de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré; não é título novo.
II — Razões
desta realeza (sintetiza-as Pio XII na mensagem); 1) razão de
antonomásia; 2) porque emparentada com a Santíssima Trindade na ordem
hipostática; 3) porque Mãe de Cristo-Rei; 4) porque associada como administra
ao Rei dos Mártires; 5) porque Esposa do Espírito Santo.
III — Realeza
Material e por isso do Coração; 1) é por ser Mãe que Ela é Rainha; 2)
realeza só para benefício dos homens; 3) esta a razão especial porque as nações
católicas A aclamam Sua Rainha; sobretudo na conquista dos corações.
II.ª PARTE: PRÁTICA DA DEVOÇÃO
FIM DESTA DEVOÇÃO
Suposto que se
deve prestar culto especial ao Imaculado Coração de Maria, indaguemos a
finalidade principal desta devoção: a devoção: a conservação dos
pecadores; prova-se pela Liturgia da festa e pelas revelações aos
Pastorinhos de Fátima.
I — Liturgia: 1)
o introito: vamos pois cheios de confiança ao trono da graça para conseguirmos
misericórdia e alcançarmos favor em auxílio oportuno» (Heb. IV, 16): a) necessidade
deste auxilio nos tempos atuais: — ateísmo, paganismo, abominação de costumes;
lares em ruínas, extermínio de inocentes; b) a Jacinta sentiu
esta deplorável situação 2) O Evangelho em dois versículos dá-nos o
remédio: Ecce Mater tua: a) a vingança de Cristo; b) neste
imenso calvário que é o mundo, outra vez Cristo tão crucificado nesta hora de
crimes, dá aos pecadores a Sua Mãe: Ecce Mater tua.
II — As
aparições: 1) do Anjo; em todas três, esta finalidade bem marcada; com
elas se iniciaram os zagais no zelo pela conversão dos pecadores; 2) as da
Virgem: a mesma insistência: a) por isso pede oração, o Terço,
as duas jaculatórias e sacrifícios; b) Nossa Senhora
amargurada; a visão do inferno; c) não aflijam mais a Nosso Senhor com o pecado
(palavra da Irmã Lúcia); d) «Só Ela lhes poderá valer».
ESPÍRITO PRÓPRIO DESTA DEVOÇÃO
Antes de todas as
práticas que se podem aconselhar, importa estudar o espírito próprio que as
deve informar a todas: o amor filial para com tão boa Mãe:
I — Poder
irresistível do Coração desta Mãe: 1) amor despertado nos
pastorinhos: a) avassala-os e cativa-os; b) este
amor atinge neles ardores que ultrapassam as raias da graça ordinária; e) desprende-os
totalmente de si e transforma-os em apóstolos pela oração continua e o
sacrifício ininterrompido; 2) nos pecadores: a) Nossa Senhora
a Santa Brígida; b) é o Coração de Maria que vai ao encontro
deles; c) importa pois estabelecer contato entre o pecador e
o Coração de Maria.
II — O
Coração da Maria segue na esteira do Coração de Jesus: nova redenção
de amor; 2) Maria vem para com o seu amor promover mais intensamente o reinado
de Seu Filho; 3) para melhor fazer sentir ao mundo essa nova redenção de amor;
4) as grandes maravilhas operadas até hoje no mundo por Nossa Senhora de
Fátima.
AMOR QUE ORA
I — A
oração meio indispensável para a salvação: 1) insistência do Anjo e de
Nossa Senhora em todas as aparições; 2) requere-se para a conversão; 3) sem
oração baldar-se-ia o esforço da Virgem em vir à Terra.
II — Como
se há de orar. 1) ensina o Anjo: a) na primeira
aparição pela lição de reverência e devoção e a variedade de atos a
exercitar; b) na segunda inculca que se deve orar muito sem
interrupção e que tudo se deve transformar em oração; c) na
terceira recorda as melhores devoções do Cristianismo e a união à
Vítima-Eucarística; 2) Nossa Senhora insiste também na oração, particularmente
na récita do Terço com a adição da jaculatória: «ó meu Jesus, perdoai-nos...» e
a meditação dos mistérios; 3) Os pastorinhos saem discípulos e modelos
consumados de oração contínua, recolhida, estática.
O ROSÁRIO, ARMA E ESCOLA DO
CORAÇÃO DE MARIA
I —
Arma: 1) nas lutas da Igreja com os seus inimigos: a) S. Domingos
com os albigenses b) 7 de Outubro de 1571, em Lepanto; 2) nas
lutas de cada um com seus inimigos íntimos: a) põe em atividade
a nossa omnipotência; b) tem vantagens especiais sobre outros
modos de oração: as melhores preces, saltério ao alcance de doutos e
indoutos; e) Leão XIII.
II — Escola: 1)
escola primária: a) a ignorância religiosa: o
Rosário verdadeiro Catecismo condensado (Leão XIII e Pio XI); b) código
de virtudes cristãs; 2) escola superior: a) a meditação dos
mistérios; b) em companhia de Nossa Senhora; 3) assim rezado
leva a alma a conhecer mais profunda e intimamente o Coração de Maria; 4)
insistência de Leão XLII; o Livro de oiro.
AMOR QUE COMUNGA
I — Indispensável
na devoção ao Coração de Maria é a Eucaristia: 1) «Nossa Senhora do
Santíssimo Sacramento» 2) em todas as circunstâncias, Jesus é o Seu Filho;
palavras de Santo Agostinho.
II — Fátima
e a Eucaristia: 1) nas aparições do Anjo; a) os pastorinhos amantes
apaixonados da Eucaristia; 3) as grandes comunhões gerais em Fátima: 35.000!
130.000 num só dia!
III — Comunhão
reparadora nos primeiros sábados: 1) o primeiro já
de antes celebrado por imitação da primeira sexta-feira, com aprovação de Pio
X; 2) Nossa Senhora de Fátima determina o modo prático de o celebrar.
AMOR QUE SE LHE CONSAGRA
I — Amar é
dar-se: 1) como na devoção ao Coração de Jesus; palavras de Pio XI,
na Miserentissimus Redemptor; 2) Nosso Senhora pede a
consagração da Rússia ao Seu Imaculado Coração; 3) valor deste ato diante de
Deus.
II — A
consagração pessoal: 1) por ela principiam os pastorinhos a 13 de Maio
de 1917; 2) Santa Margarida Maria não conhece meio mais rápido para a santidade
que este acto feito ao Coração de Jesus; 3) S. Luís Grignion de Montfort afirma
que a devoção que mais conforma a alma a Jesus é a devoção a Nossa Senhora, a
qual consiste sobretudo na consagração; 4) é parte integrante da consagração ao
Coração de Jesus.
III — Razões
desta consagração: 1) as mesmas porque devemos amar a Maria; Maximino
Giraud, vidente de La Salette; 2) Ela é Senhora e Rainha; 3) «O Verbo
encontrou a Sua liberdade aprisionando-se no seio de Maria» (Grignion de M.);
consiste na entrega total por amor filial; 5) os frutos são vivermos por
Maria, com Maria, em Maria, para Maria (Grignion de Montfort e Fr.
Miguel de Santo Agost.)
AMOR DE IMOLAÇÃO
I — A
reparação, ponto essencial nesta devoção: 1) como na devoção ao
Coração de Jesus (Miserentissimus Red.); 2) verdade bem provada
nos documentos de Fátima; 3) os pastorinhos modelos heroicos de reparação.
II — Necessidade
da reparação. 1) «Vão muitas almas para o inferno por não haver quem
se sacrifique por e1a» (Nossa Senhora); 2) doutrina de Pio XI na enc. Miserentissimus
Redemptor; 3) nunca tão urgente como agora; 4) florescência de almas
vítimas em nossos dias; 5) Portugal terra de reparação.
O CORAÇÃO DE MARIA, CAMINHO
QUE NOS CONDUZ A DEUS
I — Resultados
magníficos para os pecadores: 1) graças de conversão; 2) Mater
Divinae Gratiae; 3) a Epístola da Missa da festa; 4) palavras do Card.
Hugo a propósito do invenisti gratiam; 5) visão de Santa
Gertrudes; Vermeersch.
II — Para
os justos que inteiramente se Lhe entregam: 1) para estes os melhores
frutos: Ego quasi vitis frutificavi suavitatem odoris: a) comunica-lhes
o seu espírito (Santa Inês e Santa Brígida); b) Santo Ambrósio
e Ven. Fr. Miguel de Santo Agostinho: vida divino-mariana. c) perenemente
voltado para Maria; 2) continuamente em Maria; união que em nada estorva a
união com Deus; 3) Fátima dá-nos neste capítulo lições profundas; 4) o auge
desta união: Deus, Maria e a alma, um só: consumati in unum.
CORAÇÃO DE MARIA E A FAMILIA
I — Fátima
e a família: 1) promessa na aparição de Agosto de 1917; 2) aparição da
Sagrada Família, a 13 de Outubro de 1917.
II — Importância
deste assunto: 1) Pio XI, na encíclica Lux Veritatis; 2) Cristo
é o centro, mas principia Deus por Lhe preparar a Mãe: a) razões
desta preparação; b) trâmites que segue; 3) lições a colher: a
campanha pela família começa pela preparação da mãe: a) tornando-a
imaculada; b) imune das paixões desordenadas; é esta a sua
verdadeira emancipação; razão central: a) os braços maternais,
como um altar; b) o demónio em todos os tempos começa por
perverter Eva; 5) onde se preparam as mães? a) tremenda
responsabilidade…; b) O Coração Imaculado de Maria nos lares.
O CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA E
AS NAÇÕES
I — Também
elas se devem consagrar ao Imaculado Coração de Maria: 1) afirmações
de Nossa Senhora a respeito da Rússia e de Portugal; 2) os direitos do Coração
de Maria.
II — Necessidade
que têm as nações desta consagração: 1) a ira de Deus acesa sobre
elas; 2) já não têm conta as que foram esmagadas como um vaso de barro; 3) as
outras em situação insolúvel: palavras de Pio XII ao Sacro Colégio, a 2 de
Junho de 1947; 3) confessem a sua impotência e arrepiem caminho: acudam a
Maria; imitem o exemplo das que já o fizeram e começam a colher os frutos.
III — Misericórdias
e milagres de Nossa Senhora, após a Consagração do mundo ao Seu Imaculado
Coração por Pio XII; palavras do Santo Padre e do santo Cura d’Ars.
NA POSSE ETERNA DO CORAÇÃO DE
MARIA
I — Termo
final aonde tudo se encaminha: o Céu onde Cristo é Rei e Maria é
Rainha: 1) promessa de Nossa Senhora para os seus devotos; 2) vinde benditos de
Meu Pai!...
II — No
Céu: 1) Veremos ao Coração de Maria, tal qual é, em pleno
e eterno meio-dia; 2) possui-lo-emos como nosso: a) Ecce
Mater tua; b) Ela depois de Jesus é a melhor parte da nossa herança;
3) amá-La-emos muito mais que os pastorinhos em Fátima; e seremos amados com um
amor de que ninguém na terra sabe falar (S. Paulo); 4) gozaremos: o mesmo gozo
de Deus e de Maria será o nosso gozo: intra in gaudium Domini
tui; que júbilo ao vê-La tão exaltada! Júbilo sem receios nem limites;
5) a Epístola da Missa; palavras de Santo. Afonso de Ligório.
EPÍLOGO
I — Estas
páginas, preito de gratidão e de amor: pobre flor silvestre que a
Virgem se digne abençoar, como abençoou as folhas da azinheira em que pousou.
II — Na
primeira parte, estuda-se o que é o Coração de Maria: objeto próprio
da devoção, fundamentos históricos e teológicos (excelência, prerrogativas e
missão de Maria).
III — Na
segunda parte, a prática da devoção: sua finalidade, espírito próprio,
exercício (oração, Rosário, Comunhão, Consagração, Reparação) e frutos desta
devoção, no indivíduo, na família e nas nações.
Todo o livro
mostra que quanto mais se meditam as revelações de Fátima, mais horizontes se
descortinam cheios de doutrina e alimento para as almas.
Digne-se a Virgem
abençoar este preito de gratidão, amor e desejo de A ver cada vez mais
conhecida e amada.
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